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78 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado são congeladas de programas da UFPI

Quatro programas de pós-graduação perderam 70% das vagas após receberem avaliação 3. Segundo a coordenação de Programas Stricto Sensu, congelamentos podem ser revertidos.

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A Universidade Federal do Piauí informou que 78 bolsas de mestrado e doutorado foram congeladas pela Capes e podem extintas. Os congelamentos aconteceram por que os programas tiveram notas abaixo do permitido. As vagas serão canceladas conforme os atuais bolsistas concluírem os cursos.

De acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) os estudantes que já recebem as bolsas não serão afetados. Conforme eles forem concluindo seus cursos, as vagas que ocupam serão extintas. Os estudantes bolsistas recebem entre R$ 1500 e R$ 2200 por mês.

Universidade Federal do Piauí – UFPI — Foto: Fernando Brito/G1

Na Ufpi, quatro programas de pós-graduação serão impactados: dois da área de Ciência Agrárias, um na área de Antropologia, ambos do campus de Teresina, e um na área de Agronomia do campus de Bom Jesus. Cada programa sofreu congelamento de 70% das vagas. Entre as 78 bolsas congeladas pela Capes estão 30 de doutorado, 47 de mestrado e uma de pós-doutorado.

Entretanto, o coordenador de Programas Stricto Sensu, Welter Castenhêde, disse ao G1 que os congelamentos podem ser revertidos. No casos dos três programas de pós-graduação voltado à área de ciência agrárias, a ideia é fundi-los com outros. A fusão já aconteceu no caso do programa de Solos e Nutrição, realizado no campus de Bom Jesus.

“Essa fusão é uma recomendação da Capes, para fortalecer os cursos. Temos a convicção que vamos conseguir. Vamos fundir quatro programas, que vão dar origem a dois novos mais consolidados, mais qualificados”, disse o professor Castenhêde.

Sobre a pós-graduação em antropologia, o professor explicou que a Ufpi deve recorrer, já que o programa é recente e ainda não passou pela avaliação completa da Capes.

Avaliação

A Capes anunciou na última terça-feira (4) o corte de mais 2,7 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado em todo o Brasil. Com este segundo anúncio, a Capes chega a uma redução total de 6.198 bolsas em 2019. O novo bloqueio representa uma redução de R$ 4 milhões em 2019 e, até 2020, deve representar R$ 35 milhões.

Anualmente, a Capes realiza quatro avaliações nos programas de pós-graduação, e a distribuição de recursos depende dos resultados. Segundo o coordenador de Programas Stricto Sensu, Welter Castenhêde, o congelamento das bolsas aconteceu por que os quatro programas teriam recebido notas 3.

De acordo com o órgão, o corte é uma mudança na política de concessão das bolsas de pós-graduação. Os recursos que foram congelados estavam enquadrados no seguinte critério:

Cursos com duas avaliações nota 3 consecutivas

Cursos avaliados com nota 4 e que caíram para a nota 3

Segundo a Capes, essa nova medida foi tomada com “o propósito de alinhar a concessão de bolsas no país à avaliação periódica, preservando os cursos mais bem avaliados nos últimos 10 anos”. As notas analisadas foram as obtidas nas avaliações Trienal de 2013 e Quadrienal de 2017.

Em nota, a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) criticou a medida. “O novo corte da Capes afetará principalmente Norte e Nordeste, áreas com maior número de cursos 3 e 4, devido às maiores dificuldades financeiras. A medida agrava ainda mais a concentração da pesquisa no centro-sul e perpetua as desigualdades regionais do país.”

Fundamental para a pesquisa

As bolsas de pós-graduação financiam os trabalhos dos estudantes nas pesquisas que são realizadas em todos os campus da Ufpi. Os cursos de mestrado e doutorado também preparam professores para o dar aula a alunos do ensino superior.

As bolsas garantem que os pesquisadores possam trabalhar exclusivamente para a pesquisa. Para os pesquisadores, a redução deve afetar bastante o andamento das pesquisas que são realizadas atualmente na Ufpi.

“Trabalhar com pesquisa requer tempo e dedicação – não tem como conciliar com outro trabalho que não seja a pesquisa – valor que a gente recebe é irrisório, dado os custos que temos para viver em uma capital. A manutenção dessas bolsas é o que garante o futuro dos jovens na ciência”, comentou a Débora Carvalho, aluna de doutorado da Ufpi.

Por Andrê Nascimento, G1 PI 

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