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A crise imobiliária na Europa e um super-sinal de alerta para o Brasil

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Vocês já notaram que nos últimos quatro, cinco anos uma casa, um apartamento simplesmente quintuplicou de preço? O que custava antes módicos R$ 50 mil (que é dinheiro pra caramba!) agora não sai por menos de R$ 300 mil? Qual o motivo disso tudo? Especulação imobiliária!

O que é bom para uma parcela dos brasileiros: que é ter um teto próprio, algo pra “chamar de seu” e, principalmente, um grito de independência, tem sido em terras europeias o principal vilão e impulsionador da agonizante e preocupante crise econômica espanhola.

O que tenho visto e vivido por cá nos traz sérias lições e hoje minha contribuição e polemização vai justamente sobre a bolha imobiliária. Sim, temos bolha, querida e querido interlocutor (a). E não é uma bolha qualquer!

O que acontece por cá é que se incentivou por demais a compra de casas e, principalmente, apartamentos. Muito crédito, muito consumo, qualquer pessoa da classe média baixa poderia adquirir um apartamento em até 40 anos com módicas prestações. Com tantos “estímulos” muita gente correu para comprar o segundo, terceiro, quarto, quinto imóvel, tudo financiado. Muitas vezes faziam o financiamento do financiamento (sempre com juro por cima de juro). Ora…os bancos adoram isso.

O que ocorreu foi que com a crise o dinheiro parou de circular, os bancos começaram a aumentar os juros e, advinhem o que aconteceu? Muita gente não pode pagar e outros, que começaram a pagar estão tendo seus imóveis tomados e ficarão no prejuízo, já que assinaram contratos absurdos.

Vejo que uma parte da expansão imobiliária no Brasil segue pelo mesmo rumo. Se vai acontecer igual no nosso País? Não tenho bola de cristal, mas uso a lógica e a ciência para explicar que somos fortes candidatos a isso, pois entramos em uma ciranda especulativa imobiliária, que hoje não é privilégio das grandes cidades. Qualquer município do Sertão piauiense você para comprar uma casinha tem de desembolsar, no mínimo R$ 50 mil (o mesmo valor que cinco anos atrás se comprava um bom apartamento nas grandes cidades piauienses).

Outro fator preocupante é que a maioria desses imóveis provém de financiamentos longos, baseados em juros voláteis. Isso quer dizer que de acordo com o comportamento do mercado eles podem extrapolar cifras astronômicas, impossibilitando os pagamentos.

Se por um lado é muito bom todos termos nossas “casinhas” (ou casonas, para alguns) o alerta é de que pensemos muito, mas muito mesmo antes de financiar “a perder de vista”.

Ao menos na lição espanhola (que tem uma nova categoria de moradores: os de debaixo das pontes e viadutos): muita, mas muita gente mesmo está tendo de devolver os apartamentos, estão voltando a morar com familiares e os apartamentos caíram até 70% de preço, prejudicando, e muito, aqueles que compraram imóveis no sentido de investimento.

Quem ganhou com tudo isso? Ora…os mesmos de sempre: os bancos, aqueles mesmos que são bonzinhos para emprestar e muito maus para nos tomar!

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