Por Bruna Moura Fé com colaboração de Edielson Teixeira Mota
No terceiro episódio da serie Personalidades Picoenses, iremos conhecer a História de Luís Gomes, o um dos feirantes mais antigos da feira de confecções de Picos.
Muitas pessoas tem o costume de ir a feira bem cedinho, principalmente em Picos, onde todos os dias carros e vans vindos da macro e microrregião trazem inúmeras pessoas ao centro da cidade para resolver assuntos ligados à saúde, ao banco, ou para fazerem compras, sejam elas de frutas, verduras ou roupas. A feira livre de Picos é considerada a maior do Nordeste perdendo apenas para a de Caruaru no Pernambuco. O famoso Beco da Raposa liga a feira de frutas e verduras à feira de confecções, e foi andando em meio a ela que conhecemos Luís Gomes e é sobre ele que vamos falar agora.
Todos os dias a rotina é a mesma, pelo menos nos últimos 44 anos é assim, acordar muito cedo e enfrentar o dia que ainda está começando, faça chuva ou faça sol, esteja frio ou no calor, com vento ou sem vento, a rotina de quem trabalha na feira não é nada fácil. São muitas as dificuldades a serem dribladas no dia a dia, mas sempre tem o lado bom, conhecer pessoas novas todos os dias, novos clientes, conversar com muitas pessoas diferentes, pelo menos é o que seu Luís, um dos feirantes mais antigos da feira de confecções de Picos, nos fala.
Seu Luís Gomes é natural da Cidade de Geminiano, trabalhou na roça até os 14 anos quando veio para Picos e ingressou na profissão por meios de seus tios que já trabalhavam no ramo. “Comecei com uns tios meus que me incentivaram, eles que me ensinaram. Foram meus professores” conta. E de ajudante hoje é proprietário de sua própria banca, iniciou as suas vendas com roupas e calçados, mas conforme ele diz “chega um momento que você tem que tomar uma opção”, e assim atualmente trabalha apenas com roupas masculinas. Foi com o suor do seu trabalho que criou seus dois filhos e continua a sustentar a sua família.
Segurança, Mudanças e Dificuldades …
Ser um feirante não é nada fácil, a rotina é árdua, cansativa e pesada, embora seja um lugar de movimento, de sons e bem rido, com bancas próximas umas das outras e pessoas circulando para lá e pra cá, o que pode ser uma distração, não tira o fato de existirem diversas dificuldades que são enfrentadas todos os dias, como as mudanças que ocorrem no movimento, na economia e na gestão da cidade.
Uma das maiores dificuldades expressadas por Seu Luís, são as mudanças de gestão. Como os feirantes são comerciantes que estão diretamente ligados à Prefeitura, qualquer mudança nas ações municipais atinge-os diretamente.
Questões ligadas à segurança também é algo que preocupa. “O que a gente mais precisava era de um local para trabalhar”, desabafa. O feirante diz que além de ter que enfrentar o sol, a chuva, o vento ainda tem algo mais preocupante, os ladrões. “Aqui ninguém tem um pouco de segurança a nada, a gente tem que pagar um vigia para cuidar de nossos bens a noite que ficam cobertos com um simples plástico e acontecem muitos roubos, nós não temos uma segurança pública, já que não temos um local digno para se trabalhar era pra eles colocar a gente num local com toda segurança”, pontuou.
A pandemia alterou a rotina “eu passei 84 dias dentro da minha casa porque não tinha como vir pra aqui”, além de fazer redução no seu quadro de funcionários “eu cheguei a trabalhar com cinco funcionários tive que tirar, fiquei só, eu não tinha como ficar” e agora com a retomada das atividades, Seu Luís está de volta a feira e tenta se reorganizar na expectativa de voltar ao que era antes.