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Artigo: O vacilo da Prefeitura de Picos em acabar com a Secretaria Municipal de Comunicação

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[ad#336×280]Tenho os dois chefes do Executivo picoense (o prefeito, ex-deputado por vários mandatos e até ex-governador do Piauí, Kléber Eulálio; além do vice-prefeito, padre Walmir Lima, homem de luta e de alta proximidade com Deus e o bem) como pessoas sérias, inteligentes e preparadas. É tanto que foram eleitos com forte votação e reconhecimento popular nas eleições passadas.

Não sei de onde eles tiraram a ideia, ou quem os convenceu, no fato da possível e eminente extinção da secretaria municipal de Comunicação. Não sei quem foi o “gênio” a propor tal disparate. Mas parece que os dois administradores se calam e concordam com o ato.

Tiro no pé
Tiro no pé

Através de possível reforma administrativa, a ser votada nos próximos dias pela Câmara de Vereadores de Picos, a secretaria municipal de Comunicação, perderia o status e orçamento de secretaria, para ser uma simples assessoria. Ou seja: deixará o potencial de divulgação e de estratégia comunicacional do poder público municipal.

Super-tiro no pé! Digno de entrar nos anais da pesquisa em Comunicação brasileira como aqueles atos notórios de “não fazer de forma alguma”, como uma super-besteira, como uma volta ao período da Ditadura Militar em que as secretarias de Comunicação eram dispensáveis justamente por haver forte controle dos meios comunicacionais sociais.

O mais paradoxal é que Picos, uma cidade de grande importância em todo o Sertão Nordestino, de grande potencial econômico e educacional, de ser a única cidade do interior do Piauí a ter curso de Comunicação Social (há dois, por sinal, na UESPI e na Faculdade R.Sá), de ter professores mestres que pesquisam, que pensam a região, não ter uma secretaria de Comunicação, um órgão voltado a pensar realmente o desenvolvimento e a divulgação do município.

Em Picos há mais de 50 jornalistas graduados, além de quase uma centena de comunicadoras e comunicadores, pessoas que vivem para informar e entreter a população. Picos é a cidade do interior do Piauí em que há uma maior movimentação comunicacional de empresas e profissionais da imprensa.

Para quem não sabe uma secretaria de Comunicação DEVE trabalhar não apenas na perspectiva de divulgar os atos do poder público, mas também de trazer mais transparência do trabalho das centenas de pessoas (ou milhares) envolvidas diariamente na tentativa da construção de uma Picos melhor. Uma secretaria de comunicação, notadamente em uma cidade como Picos deveria ter mais estrutura, além da parte jornalística, bem como o setor de relações públicas (já que a UESPI de Picos forma profissionais na área) e também o setor de marketing, além do setoriamento relacionado às mídias digitais.

Alega-se que a extinção da secretaria trará ganhos financeiros para a Prefeitura. Economia de palito. Ou seja: corta-se um dinheiro que poderia ajudar muito mais na construção de uma estima picoense mais elevada, mais diferente e positiva. Outro trabalho de uma secretaria estruturada.

Enquanto nas cidades mais modernas do Brasil as secretarias de Comunicação ganham status de super-secretarias, pois são elas que organizam o dia a dia, pautam, agendam, respondem, atuam, ouvem a população, em Picos, ocorre o contrário.
Em qualquer livro (recomendo várias leituras para os vereadores ou para o prefeito e vice-prefeito se tiverem dúvidas da importância) da área de Assessoria de Comunicação vai provar a importância estratégica de uma pasta como essa. Tão importante como as cruciais secretarias de Saúde e Educação.

Então por que acabar? Por que a imprensa de Picos está praticamente calada? Por que os comunicadores estão praticamente sem falar sobre esse absurdo? Por que as universidades ainda não se manifestaram? Empurrarão esse ato goela abaixo? Por que a categoria não foi chamada? Por que a população não foi ouvida? Por que a temática em questão está tímida nos ambientes sociais?
Tudo isso é prova da necessidade de uma comunicação mais presente e fortalecida e não de uma comunicação tímida e sem divulgação.

Temos certeza na lucidez do prefeito Kléber Eulálio e do vice-prefeito Padre Walmir. Mais certeza temos também da inteligência e compromisso dos 15 parlamentares municipais da cidade. Lembrando que o prefeito, o vice-prefeito e os 15 vereadores tiveram crucial contribuição de suas eleições graças a um bom trabalho comunicacional convincente.

Por Orlando Berti– Jornalista, nascido e criado no sertão do Piauí, andando e conhecendo uma série de faces e interfaces na região de Picos. Professor efetivo (Assistente II-DE), pesquisador e extensionista do curso de Comunicação Social- habilitação em jornalismo da Uespi- Universidade Estadual do Piauí. Estuda atualmente fenômenos comunicacionais ligados ao sertão nordestino. Ex-professor e pesquisador dos cursos de jornalismo da Uespi de Picos e da Faculdade R.Sá. É estudante do último ano do Doutorado em Comunicação Social na Umesp-  Universidade Metodista de São Paulo, por onde também é mestre na mesma área. Fez recententemente estágio doutoral na Universidade de Málaga, na Espanha.

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