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Cabo da PM do Piauí filmou a própria morte, revela inquérito da polícia

O delegado Francisco Costa, o Baretta, coordenador do DHPP, narra que o homicídio se deu após perseguição de 1,5 km.

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O cabo da Polícia Militar do Piauí, Samuel Borges, filmou a própria morte. Um robusto inquérito policial com 139 páginas feito Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) revelou detalhes do caso que teve grande repercussão por autor e vítima serem PMs e também porque ocorreu na frente do filho menor de idade de um dos policiais.

O delegado Francisco Costa, o Baretta, coordenador do DHPP, narra que o homicídio se deu após perseguição de 1,5 km. A vítima estava indo deixar o filho na escola e se deparou com um suspeito em uma moto sem placa, com um volume estranho na cintura. Diante disso, teve início uma perseguição, seguidas de três abordagens.

“As duas primeiras ocorreram na Avenida Presidente Kennedy. Em uma delas, Samuel perguntou se o suspeito era policial ao passo que este respondeu que não devia satisfação”, contou o delegado. A terceira abordagem ocorreu no cruzamento das ruas Cândido Ferraz com Verbenas, bairro Joquei Clube, zona Leste.

“Lá o suspeito parou a moto e perguntou o que Samuel queria. Teve início uma briga e os seguranças da escola interviram por imaginar que era um assalto. Nisso, eles se identificaram como policiais, mas a briga continuou porque o Samuel o indagou sobre a segunda arma do suspeito. Em um determinado momento, o Samuel tirou a chave da moto e disse que ia entregá-lo para Corregedoria e que se continuasse filmando, ia matá-lo. Samuel não acreditou que isso pudesse acontecer por ser um amigo de farda, mas ele deu três tiros com a intenção de matar”, relatou Baretta.

As três abordagens foram filmadas por Samuel que soltou o celular após receber os tiros.

Estrito cumprimento do dever legal

Para o coordenador do DHPP, o militar assassinado agiu no estrito cumprimento do dever legal e “foi profissional até a morte”.

“Ele filmou tudo, narrou tudo…. disse que estava fazendo a abordagem porque viu um cara em uma moto grande, sem placa e com o volume nas costas. Ele estava de folga, mas agiu como diz a lei,  pois viu um sujeito que poderia ser um criminoso. O Samuel era um policial vocacionado, foi profissional até na morte. A filmagem mostra que Samuel não fez menção nenhuma de sacar a arma”, disse Baretta.

Seis pessoas foram ouvidas no inquérito policial presidido pelo delegado Danúbio Dias. O tiro que matou o militar foi de uma pistola. 40 da PM-MA. A outra arma que estava com o suspeito não era registrada.

“O inquérito policial foi encaminhado ao poder judiciário e traz em seu ventre um lastro probatório da investigação criminal presidida pelo delegado Danúbio Dias. O suspeito foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e agora o caso está nas mãos da justiça”, finaliza Baretta.

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