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Comunidade Custaneira recebe projeto de educação em saúde da UESPI

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A Universidade Estadual do Piauí em parceria com o Centro de Ciências da Saúde (FACIME) e a Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade (RMSFC) realizou, nos dias 03 e 04 deste mês, na comunidade de Custaneira, localizada na cidade de Paquetá, o terceiro encontro de estudantes para trabalhar educação em saúde, cidadania e ação social.

O projeto, firmado através da parceria com povoados quilombolas da região, busca, sobretudo, a articulação do tripé ensino – pesquisa – extensão, base sólida para o bom desenvolvimento da universidade. Ministrado pelo professor doutor e Pró-Reitor de Finanças da UESPI, Paulo Henrique Pinheiro, o projeto faz parte da disciplina de parasitologia, lecionada pelo mesmo e dessa vez, tratou especialmente da doença de chagas, um problema fortemente presente na região.

Além dos residentes, alunos do curso de medicina e enfermagem também acompanharam a ação e puderam desenvolver a prática de perto. Segundo Paulo Henrique, as atividades executadas foram divididas por grupos que ficaram responsáveis por fazer uma triagem, com a aplicação de um questionário aos presentes e em seguida a isso, o colhimento de material para análise que será levado para Teresina, analisado e catalogado da seguinte forma: quem possui a doença, quem tem resposta imune e quem não possui.

O professor disse ainda que a ação consiste também na captura do barbeiro, inseto responsável pela transmissão da doença e análise deste através de um grupo de pesquisadores entomologistas. Depois disso, baseando-se em um mapa georeferencial da região, será marcado as casas em que foram encontradas o barbeiro e qual a espécie do mesmo. 

Vinicius de Oliveira, professor e membro do projeto, falou da ideia de trazer uma ação como esta para dentro de uma comunidade quilombola e a experiência em vivencia-la, proporcionando também essa vivência aos alunos. Segundo ele, “a nossa ideia principal é estar compartilhando saberes, não em uma perspectiva de tutela, mas em uma perspectiva de informação para que eles mesmos possam estar cuidando de si e ajudando neste processo”, afirmou.  

O odontólogo e residente Wenderson Amaral, falou acerca do projeto e seus pontos positivos tanto para os estudantes, quanto para a comunidade e a universidade como um todo. De acordo com ele, “na verdade, a gente entende como uma troca de experiências. A universidade tem esse papel junto com a sociedade de levar conhecimento, até porque é a sociedade quem contribui e financia a educação e de alguma forma, nós devemos satisfação às pessoas. Trata-se de uma via de mão dupla, na medida em que temos o retorno daquilo que fazemos”, disse Wenderson. O estudante ainda deixou claro seu desejo em que fique o conhecimento pra todos aqueles que puderam fazer parte dessa vivência.

O líder comunitário da comunidade quilombola Custaneira, Arnaldo Lima, o Naldinho, afirmou que o projeto representa para a comunidade um momento importante, onde traz uma auto estima aos moradores. “Durante esses dois dias recebemos o mutirão da Uespi, no qual trouxe muitos benefícios , principalmente na questão da prevenção da saúde dos moradores”, disse. 

Naldinho informou ainda que 200 famílias foram beneficiadas com o projeto. 

Texto: Thalita Albano 

Edição: Romário Mendes 

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