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Cresce o número de menores envolvidos em crimes no Piauí

Menor detido

É cada vez maior a participação de menores em crimes no Piauí. Amparados por medidas mais brandas de correção e em processo de formação moral, eles são atraídos para a criminalidade e costumam assumindo toda a responsabilidade.

Esta semana, a prisão de uma quadrilha liderada por um menor chamou atenção para o problema. O grupo formado por cinco pessoas foi flagrado pela polícia portando cocaína e crack. O menor, apelidado de Chucky, uma menção ao boneco assassino do cinema, era o encarregado de matar os desafetos e devedores da quadrilha. Aos 17 anos, o jovem responde por duas tentativas de homicídio e um assassinato consumado.

Uma das vítimas do menor foi o motorista, Valderi Matias. Ele foi morto com um tiro, por engano, em um bar na zona Sudeste de Teresina. “Peço as autoridades competentes justiça. Ele é menor e vai fica preso só três anos. Já meu filho nunca mais eu vou ver. Só a saudade”, lamenta a mãe da vítima, Teresa Costa.

Segundo especialistas, casos de menores envolvidos em crime viraram fato comum em Teresina. A maioria deles vem de famílias desestruturadas que delegam à escola a formação educacional e moral dos filhos. Os bandidos enxergam essa vulnerabilidade e atraem os jovens para o mundo do crime.

De acordo com o doutor em antropologia, Arnaldo Eugênio, que realizou uma pesquisa sobre organizações criminosas, é mais fácil atrair o menor para o crime. “Eles são levados por uma questão de envolvimento emocional. No entanto, não se dão conta, por isso que um jovem em uma organização criminosa é usado como uma ‘bucha de canhão’, porque ele vai matar e não vai ter nenhum sentimento de culpa”, explica.

Conforme a polícia, oferecer drogas é outra maneira utilizada pelos criminosos para aliciar os menores. O débito do consumo é pago com serviços sujos. “Eles vão juntos para praticar um crime e quando alguma coisa dá errado o menor assume a culpa. Assim o maior de idade se livra da acusação e o menor depois é liberado”, conta o capitão do Batalhão de Rondas Ostensivas de Natureza Especial (BPRone), Fábio Abreu.

O policial acrescenta que prevenir é mais simples que recuperar um menor em conflito com a lei. “Se a pessoa perceber um comportamento estranho do filho, tem que de imediato cortar. A partir do momento que eles cometem um delito mais grave, fica muito mais difícil para família recuperar essa criança.”

Com informações do G1

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