A cidade de Picos segue enfrentando os impactos devastadores das enchentes que ocorreram entre os dias 13 e 14 de janeiro, com relatos de trauma, destruição e dificuldades para a recuperação. Moradores de regiões como a Rua Santo Agostinho, na Ipueiras e o bairro São José convivem com o medo de novas tragédias e a incerteza sobre o futuro de suas residências.
O trauma psicológico é evidente. Dona Maria, que havia se mudado para sua nova casa apenas 10 dias antes do desastre, relatou o desespero de tentar se proteger enquanto a água avançava. Já Breno, que viveu o temporal ao lado do irmão, descreveu a sensação de impotência durante a tragédia, que deixou marcas profundas na família.
Além das perdas emocionais, os danos estruturais são alarmantes. Casas alagadas, muros destruídos e deslizamentos colocam em risco a segurança de diversas famílias. Dona Fátima, moradora há mais de 20 anos do bairro São José, relatou que a instabilidade do terreno é uma ameaça constante. No bairro Paroquial, o cenário é semelhante, com pedras de grandes proporções ameaçando residências a cada nova chuva.
Moradores do bairro Paroquial denunciaram a falta de atenção das autoridades, destacando que áreas mais carentes têm recebido menos atenção para enfrentar a crise. Francisca, que teve sua casa alagada, expressou frustração com a ausência de ações preventivas no local: “A gente pede às autoridades que olhem para a gente com o mesmo carinho que olham para os outros bairros.”
A Prefeitura de Picos e a Defesa Civil estadual intensificaram os esforços para lidar com os danos. Equipes técnicas realizaram vistorias e iniciaram trabalhos de desobstrução de galerias pluviais, enquanto o Governo Federal enviou representantes para avaliar as condições locais e liberar recursos emergenciais.
Apesar dessas medidas, o risco de novos deslizamentos e enchentes preocupa os moradores, que apelam por soluções mais abrangentes e igualitárias. Enquanto isso, as chuvas deram uma trégua, permitindo que as equipes avançassem nos trabalhos de recuperação. Contudo, o caminho para a normalidade ainda parece distante.
Veja a reportagem da TV Cidade Verde Picos