Estiagem prolongada prejudica criadores de gado
A estiagem um fenômeno causado pela falta de chuva numa determinada região por um período de tempo muito grande.
Criadores de gado estão sofrendo por conta da estiagem prolongada, principalmente na região do semiárido.
Os animais estão morrendo de fome e sede, de acordo com informações da Federação da Agricultura no Piauí mais de 550 mil cabeças de gado já morreram em consequência deste período de seca. Isso representa um terço do rebanho bovino do Estado. Os criadores não têm pasto nem água, eles estão vendendo o patrimônio para conseguir recursos para comprar alimento para o animal.
Com a falta de chuva os agricultores tiveram perda de culturas como, milho e feijão de quase 100%. De acordo com o técnico agropecuário da Emater (Instituto e Assistência Técnica e Extensão Rural) de Picos Matias José o milho seria fonte de alimento para o gado, mas não houve a produção, ele afirma que o homem do campo está sofrendo a pior seca dos últimos 50 anos.
O assistente administrativo da Conab (Companhia nacional de abastecimento) Francisco Gomes afirmou que a procura pelo milho aumentou consideravelmente, principalmente para alimentar o gado. Segundo ele, a Conab atende aproximadamente 60 municípios, em junho começou um ‘regime especial’ em função desta grande seca, antes eram atendidos até 300 criadores, cerca de 100 a 200 toneladas de milho ao mês, hoje são aproximadamente duas mil pessoas, com duas a três mil toneladas/mês. “É um saldo significante, dá pra ter uma ideia da ampliação por conta da estiagem, essa distribuição vem salvando alguns criadores” comentou.
A situação comprometeu a campanha de vacinação em prevenção da febre aftosa, que teve que ser adiada. A segunda etapa que ocorreria em novembro deste ano foi marcada para janeiro de 2013, de acordo com a coordenadora da Adapi (Agência de Defesa Agropecuária do Piauí) de Picos Jaciara Leal o gado não pôde receber a vacina, pois a maioria encontrava-se debilitado por conta da fome, a estiagem prolongada deixou os animais fracos sem pastagem para a alimentação, ficava difícil até para os criadores juntar esses animais, pois eles foram transferidos para outros estados. “Isso só acontece em último estágio. As etapas de vacinação têm um calendário fixo, em maio e novembro e em casos como esses, excepcionalmente são adiados”, informou Jaciara.
O transporte do gado para outra região também é uma das alternativas para tentar salvá-los. A coordenadora da Adapi informou que criadores das regiões de Monsenhor Hipólito, Fronteiras, Simões, Campo Grande, Francisco Macedo, geralmente levam o gado para o Ceará, mas no estado os animais sofrem com pragas, e acabam morrendo.
