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Fake news em torno da vacina para Covid-19 pode atrapalhar imunização

Uma das mais atuais não saiu de muito longe, uma mulher de Teresina, publicou um áudio em grupos de WhatsApp com notícias falsas.

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No Brasil, uma pesquisa realizada em agosto de 2020 pelo Datafolha revelou que 9% da população não quer se vacinar contra a Covid-19. E essa escolha na maioria das vezes são motivadas pelas Fakes News, acredite, muitos brasileiros estão espalhando o terror nas redes sociais com fakes.

Os atos relacionados à criação, à divulgação e à disseminação de informações falsas podem ser enquadrados em pelo menos oito artigos do Código Penal. Além de ser crime, isso implica no combate a Covid-19. Uma serie de notícias falsas estão fazendo pessoas sem conhecimento sobre o assunto julgarem o uso das vacinas disponíveis no momento.

O Portal RiachãoNet verificou as principais Fake News que circulam na internet, principalmente, nos grupos de WhatsApp. Uma das mais atuais não saiu de muito longe, uma mulher de Teresina, publicou um áudio em grupos de WhatsApp com notícias falsas. Ela chega a incentivar a prática de xenofobia com pessoas da China.

No áudio, ela relata que os aparelhos de aferir a temperatura corporal emitem radiação e que o aparelho emite raio lazer que danifica os neurônios das pessoas. Ela ainda afirma que os chineses querem matar todo mundo. Pode parecer engraçado para algumas pessoas, mas infelizmente existem pessoas que acreditam nessas historias.

Nas redes sociais, circulam inúmeras fake news sobre a COVID-19 (Imagem: Fidel Forato/ Twitter)

Bill Gates e os implantes de microchips

No universo das fake news, uma das associações mais populares é entre a COVID-19 e Bill Gates, atual filantropo e fundador da Microsoft. Através da Fundação Bill e Melinda Gates, ele estaria envolvido em um plano que originou a pandemia da COVID-19 e essa tragédia seria aproveitada para implantar microchips na população mundial. Por usa vez, cada microchip permitiria o controle externo de pessoas com antenas 5G.

Esses boatos começaram a surgir ainda em março, quando o empresário afirmou que “teremos alguns certificados digitais” ​​para mostrar quem já se recuperou de um caso da COVID-19, foi testado ou recebeu a vacina, sem nenhuma menção a microchips e a tecnologia 5G. A ideia era criar uma espécie de passaporte para quem já tivesse se recuperado da infecção.

Bill Gates é alvo de fake news sobre vacina contra a COVID-19 (Imagem: Reprodução/Twitter)

Kanye West e a marca da besta

Mesmo que algumas correntes possam interpretar uma vacina de modo negativo perante determinada religião, não há evidência de que os milhares de pesquisadores, de diferentes culturas e crenças e os inúmeros institutos públicos, espalhados por todo o mundo, tenham envolvimento formal com qualquer seita que seja.

Entre os católicos, o Papa Francisco afirmou meses atrás que não só defende a vacinação, quando houver uma vacina segura e eficaz, como questiona sua distribuição. “Seria triste se a prioridade da vacina da COVID-19 fosse dada aos mais ricos. Seria triste se isso se transformasse na prioridade de uma nação e não fosse destinado a todos”, afirmou o pontífice.

Fake news tenta relacionar a vacina contra a COVID-19 com a marca da besta (Imagem: Fidel Forato/Canaltech)

Vacina não usa fetos e nem tumores

Outra fake news que circula com bastante alcance entre as redes sociais afirma que as vacinas, em desenvolvimento, contra a COVID-19 trazem em sua fórmula ou utilizaram células de fetos abortados e tumores. Aqui, é preciso entender primeiro como é feita a produção de vacinas, já que diferentes imunizantes podem ser produzidos de diversas formas.

Fake news podem afetar imunização contra a COVID-19 (Imagem: Fidel Forato/Canaltech)

Morte de cientista e casos de gripe

Sim, é uma infinidade de fake news que tomam conta das redes sociais, e selecionamos as mais absurdas para compor esta lista. Por exemplo, uma notícia falsa também afirmou que a cientista Elisa Granato, uma das primeiras pessoas a ser imunizada com a vacina da Universidade de Oxford, em abril, teria falecido após a vacinação. Quando a suposta morte começou a ser divulgada, a cientista precisou confirmar o fato de estar viva e saudável.

Se não bastassem as histórias criadas para atacar a vacinação contra a COVID-19, boatos tentam evitar outras vacinações. É o caso de posts alegando que a vacina contra a gripe poderia aumentar as chances de complicação por causa do coronavírus. “Não existem estudos correlacionando vacinação para influenza e risco de adoecimento ou complicações por COVID-19”, explicou o Ministério da Saúde, em comunicado.


Campanhas de desinformação criam fake news sobre vacinas contra a COVID-19 (Imagem: Reprodução)

Afinal, por que vacinas são seguras?

Teorias da conspiração podem causar estragos graves nos sistemas de saúde, ainda mais quando se fala da COVID-19, uma doença que já levou ao óbito mais de 2 milhões de pessoas em todo o planeta. Somente no Brasil, são mais de 200 mil mortes pela infecção causada pelo coronavírus. Nesse cenário, uma vacina eficaz e segura é o objetivo de milhares de pesquisadores, médicos, cientistas e autoridades públicas. Para a liberação de qualquer vacina, são necessários: a publicação de estudos que detalham a capacidade de proteção contra um agente infeccioso e os possíveis efeitos colaterais; autorizações de diferentes órgãos públicos (no caso do Brasil, a Anvisa); e milhares de testes em diferentes grupos de pessoas. É por isso que vacinas são seguras para o uso humano e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), evitam entre duas milhões e três milhões de mortes por ano.

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