Funcionários do SAMU de Picos denunciam atrasos de salários através de carta anônima
[ad#336×280]Através de uma carta anônima destinada ao “Jornal 95” da Rádio Cidade Modelo FM, funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU de Picos denunciaram as precárias condições de trabalho e atraso no pagamento de salários que já perduram por quase três meses, segundo o teor da carta. Não é de hoje que reivindicações como estas vem à tona.
A carta é construída a partir do relato de um suposto funcionário do SAMU que descreve o trabalho realizado diariamente pelos profissionais, especialmente no enfrentamento aos problemas estruturais, como o espaço físico da sede, além do suporte aos equipamentos de trabalho.
“O Samu de Picos se encontra hoje em abandono e situação precária, prédio estiorado, torneiras quebradas, vazamentos no teto quando chove, falta de material de limpeza, um verdadeiro caos, onde um órgão que funciona prestando serviço à população por 24h se encontra neste estado”, relato exposto na carta.
Além disto, as reclamações se estendem ao atraso de salários dos profissionais além da mudança que altera os atendimentos à população local. Estes passaram a ser regulados pela Central Estadual do serviço em Teresina, e só posteriormente a equipe do SAMU em Picos é encaminhada para dar a assistência médica in loco.
“O salário dos funcionários já está atrasado há quase três meses. Ela diz que só paga com o recurso federal, e este já entrou na conta há 08 dias, mas até hoje nada de pagamento. Outro problema será a regulação do serviço feita por Teresina e isto vai prejudicar a população”, trecho da carta.
O outro lado
Em conversa com a secretária de Saúde de Picos, Ana Eulálio, a mesma esclarece a situação relatada na carta, e reconhece o direito legítimo do servidor público em demonstrar sua insatisfação. No entanto, a mesma faz um apelo ressaltando que as denúncias a serem realizadas que se façam da maneira correta e fundamentadas “o façam na maneira que agreguem valor e qualidade na prestação do serviço que fazem a população do município”.
Ana Eulálio foi enfática ao dizer que a gestão atual não é responsável pelo processo de deterioração em que se encontra o SAMU, e que isto vem se alastrando a um processo de dez anos. “Ao assumir o cargo em janeiro de 2013, esta situação já se constatava no prédio do SAMU, e em toda a rede pública do município. Obviamente que a recuperação dos prédios, e a estruturação do serviço não seria feita num curto espaço de tempo”, afirma a secretária. Segundo ela, uma reforma no prédio já foi iniciada desde a semana passada.
Em se tratando do atraso no pagamento dos salários, Ana Eulálio explica que o mesmo se deve a um atraso no repasse federal do Ministério da Saúde referente ao mês de junho que só foi feito no início de julho, e que os mesmos estão sendo repassados aos funcionários desde a última segunda-feira, 11 .
Sobre o processo de regulação do serviço a ser executado pela Central de Teresina, a secretária percebe como uma mudança positiva. “É preciso esclarecer à população que isto é um desserviço e uma inverdade. A regulação coloca e tornará o serviço mais eficiente, garantirá o serviço e a intervenção do profissional médico na medida da necessidade de cada caso que for demandado para o SAMU. E garantirá uma eficiência maior e agilidade no atendimento. Hoje não é mais possível que o funcionário seja descarregado com uma dupla função.”, enfatiza Ana Eulálio.
A secretaria ainda acrescenta que o sistema público de saúde é feito por todos, onde o interesse maior da sua gestão é defender os interesses da população e garantir eficiência na prestação de serviços.