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Infectologista alerta que dexametasona não deve ser usado preventivamente

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O mundo foi surpreendido positivamente nesta terça-feira (16) com os resultados de testes, onde ficou comprovado que o corticoide conhecido como dexametasona foi capaz de reduzir as taxas de mortalidade em cerca de um terço entre os casos mais graves de infecção por covid-19. Os resultados foram divulgados por pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra. A novidade pode gerar uma corrida às farmácias, no entanto, o infectologista Carlos Henrique Nery alerta: o medicamento é só para uso em casos de internação.

“O remédio não tem uso preventivo. Temos evidências que para doenças leves ele pode é piorar o quadro. Se a pessoa tiver qualquer infecção por covid e quiser usar esse remédio pode piorar. Só temos evidencia que o remédio é útil para pacientes internados. O medicamento é endovenoso. Não está disponível para ser usado por via oral não. Nenhum paciente pode comprar para usar”, disse em entrevista à TV Cidade Verde.

Para o infectologista, a redução das mortes causadas pelo medicamento é substancial. 

“É uma redução que para nós médicos é substancial. Está de forma bastante clara esse medicamento para a sobrevida dos pacientes, fora isso não existe nada mais que traga algum benefício para os pacientes com covid-19. Ele só pode ser usado depois de internação e com avaliação médica”, afirmou.

A droga foi aplicada em doses de 6 mg uma vez por dia em 2.104 pacientes no Reino Unido, que fizeram parte de um estudo clínico randômico que recebeu o nome de “Recovery”. Eles receberam a medição por dez dias e tiveram seu desempenho comparado com 4.321 pacientes que receberam apenas os cuidados habituais.

O grupo de Oxford informou que, entre os pacientes que receberam a medicação, houve redução de um terço das mortes dos pacientes ventilados e de um quinto em outros pacientes recebendo apenas oxigênio. Não houve benefício para os pacientes que não necessitaram de suporte respiratório.

Já entre os pacientes que receberam os cuidados usuais isoladamente, a mortalidade em 28 dias foi mais alta naqueles que necessitaram de ventilação (41%), intermediária nos pacientes que precisaram apenas de oxigênio (25%) e menor entre aqueles que não necessitaram de intervenção respiratória (13%). Com base nesses resultados, os pesquisadores apontam que, com o tratamento, uma morte seria evitada entre cada oito pacientes ventilados ou para cada 25 pacientes que necessitem apenas de oxigênio.

Hérlon Moraes (Com informações do Estadão Conteúdo)

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