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JN no Ar mostra efeitos da seca em Marcolândia

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O repórter Pedro Bassan em Marcolândia
O repórter Pedro Bassan em Marcolândia

A equipe do JN no Ar presenciou, nesta quarta-feira (21), os efeitos da pior estiagem dos últimos anos no Nordeste.

Eles rodaram 540 quilômetros, o que foi importante para mostrar como a seca está atingindo a todos. Seja na cidade ou no campo, seja um pequeno produtor ou um grande fazendeiro.

Foram 1745 km de voo entre o Rio de Janeiro e Juazeiro do Norte, na noite dessa terça-feira (20). Ainda de madrugada, a equipe se despediu do padre Cícero e partiu pelas estradas do Cariri. Atravessaram Pernambuco e, com o nascer do sol, chegaram aonde a água não chega, no interior do Piauí.

Para os moradores de Marcolândia, o dia começa com uma decepção.

“Todo mundo só procurando água, não tem outra coisa para fazer. Enquanto não chega, fazer o que? É procurar”, diz um morador.

“Já tem três vezes que eu venho aqui (cisterna) e volto vazio”, fala outro.

A cisterna está seca e mesmo quando tem água, a qualidade não é das melhores. Bem do lado, a um, dois, três, quatro passos, a vizinhança é um chiqueiro.

Depois de oito meses de estiagem, os carros-pipa já não conseguem atender a todos os que precisam de água. E na região eles são muitos.

Nenhum dos 14 mil habitantes de Marcolândia tem água encanada. O utensílio doméstico com que todos sonham é uma simples torneira.

“Tem vezes que a gente deixa de comer para comprar o tambor de água”, conta uma mulher.

Na cidade das casas sem torneira, a água muitas vezes é um luxo de quem pode pagar. E a seca criou um novo negócio: carroças puxadas por burros percorrem a cidade, carregando tambores com 400 litros d’água. Até a escola da cidade só mantém as aulas com essa água. 800 alunos aprendem graças à valentia do burrico.

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Nas casas a situação é mais difícil. O carregamento custa R$ 14, é muito para agricultores que perderam toda a produção. E quando as últimas economias vão embora, eles fazem planos para ir embora também.

“Muitos pais de família tem que deixar a cidade para não ver os filhos morrerem de fome”, diz um homem.

A equipe vai para o Ceará. Salitre sempre se orgulhou de ser a terra da mandioca. Agora não sobrou um pé de mandioca sequer nesta terra seca. A cooperativa está com as máquinas paradas e os trabalhadores não sabem o que fazer.

“Dez pessoas em casa. Tenho oito filhos, aí fica complicado a gente parar assim”, afirma uma mulher.

Para fazer essa reportagem, a equipe teve o apoio da TV Verdes Mares e da TV Clube, afiliadas da Rede Globo no Ceará e no Piauí.

O Ministério da Integração Nacional informou que investiu R$ 320 milhões em carros-pipa e na perfuração de poços. Também disse que liberou R$ 1,5 bilhão em linhas de crédito de emergência para os afetados pela seca. COm Informções da TV Globo

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