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Jovens entre 16 e 24 anos morrem mais em acidentes de moto

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O coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional Justino Luz, médico cardiologista Raimundo Reis Neto, alertou nesse sábado (30) para o número crescente de jovens vítimas de acidentes de moto. Segundo o Coordenador da UTI, cresce a cada dia o número de pacientes jovens, menores de idade, que são admitidos no Hospital Regional, vítimas de acidentes de motos.

De acordo com os relatos dos socorristas, a grande maioria dos acidentes que vitimam esses jovens têm como consequências a imprudência no trânsito. A alta velocidade, as ultrapassagens forçadas, além do uso de álcool e drogas, são as principais causas. Para o médico Raimundo Reis, quando tudo isso se junta, vira uma espécie de “carga explosiva”.

Raimundo Reis Neto é médico com especialidade em cardiologia, clínica médica, hemodinâmica e cardiologia intervencionista.
Raimundo Reis Neto é médico com especialidade em cardiologia, clínica médica, hemodinâmica e cardiologia intervencionista.

Perfil das vítimas

O cardiologista Raimundo Reis informou que em torno de 60% dos jovens vitimados por esses acidentes têm entre 16 e 24 anos de idade. “Essa é uma realidade muito dura. É difícil, também, imaginar o que isso representa de perda para as famílias e para a sociedade. Essa situação deve soar como um alerta para as famílias, a sociedade e os agentes públicos”, enfatiza.

“Hoje, já é um caso de saúde pública, a elevada taxa de mortalidade desses jovens. As maiores causas de mortes dessas vítimas de acidentes, são os danos cerebrais decorrentes dos fortes impactos no crânio e de outros órgãos internos, também atingidos pela violência dessas batidas”, afirma Raimundo Reis.

Conforme o médico Raimundo Reis, órgãos vitais, entre eles o fígado, pulmões, coração, rins, apenas para citar alguns, quando são duramente atingidos por esses impactos violentos podem sofrer danos irreparáveis. “Infelizmente é o que temos visto, em consequência dessas batidas violentas entre motos que trafegam em alta velocidade”, explica.

Prejuízo geral

Raimundo Reis disse ser muito triste constatar que o dano atinge a todos. “A família que perde o seu ente querido, a sociedade perde seus jovens e o serviço de saúde que precisa envolver sua estrutura”, enfatiza.

De acordo com o médico, para realizar o atendimento necessário às vítimas de acidentes desse porte, muitos recursos humanos são deslocados para o local: cirurgiões, anestesistas, intensivistas, enfermeiros e dispobilizar vaga na UTI.

“Vaga que poderia estar sendo utilizada para salvar a vida de uma gestante com eclampsia, um jovem com infecção, uma senhora com AVC ou infarto do miocárdio”, diz o Coordenador.

Outras consequências

Além da punição aos responsáveis pela entrega de um veículo – automóvel ou moto – há também, o dano emocional, já que os pais geralmente se sentem os verdadeiros culpados pela ocorrência das tragédias. Esse sentimento é causado pela sensação – mais perceptível – que tais fatos trágicos poderiam ter sido evitados.

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Raimundo Reis Neto é médico com especialidade em cardiologia, clínica médica, hemodinâmica e cardiologia intervencionista. Professor do curso de medicina da Universidade Federal do Piauí, Campus de Picos.

Fonte: Folha Picoense

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