Maior açude de Jaicós seca e poços abastecem a população da cidade

O açude Tiririca, o maior do município de Jaicós, com capacidade para 4,6 milhões de metros cúbicos de água e responsável pelo abastecimento de boa parte da cidade, secou. É a primeira vez que o reservatório fica sem condições de abastecer a população.

Construído em 1981, ainda no governo militar, o Tiririca foi anunciado como a redenção da região, capaz de enfrentar qualquer seca. O açude, construído na região mais seca do Piauí, tem uma parede de 260 metros de extensão e altura de 19,8 metros. Em todos esses anos, chegou a sangrar duas vezes. Uma adutora garantia o abastecimento da população urbana, de cerca de 8,5 mil habitantes.

“Nasci e me criei aqui e nunca imaginei que um dia esse açude fosse secar”, diz José Veloso Ramos, de 70 anos, agricultor da localidade Tiririca II, próximo ao reservatório do açude. “Esta seca é a maior de todas, não tenho a menor dúvida”.

Ramos conta que este ano não conseguiu colher um único quilo de castanha, principal produto agrícola da região. “O caju precisa de pouca água para produzir, mas este ano não choveu nada”. Segundo ele, em 2010 conseguiu colher em sua pequena propriedade cerca de 600 quilos de castanha.

“Ficou difícil até para criar galinha, porque tudo que é de bicho está indo para o fundo do lago em busca de água e os menores não conseguem beber”, diz Maria Pereira, mãe de cinco filhos e uma das moradoras da localidade. “Depois que o açude secou piorou tudo, está muito ruim”.

Para garantir o abastecimento da população da área urbana de Jaicós, o governador Wilson Martins determinou a perfuração de mais poços que serão interligados à rede da Agespisa. “Não vamos deixar que a população fique sem água”, garante. Com informações do Cidade Verde