Mais Sorriso, Mais Saúde: projeto leva alegria a hospitais e abrigos
[ad#336×280]O hospital está silencioso. O grupo entra sem fazer muito alarde. Até que o primeiro paciente percebe a presença deles e aponta o dedo. O grito é imediato: olha o palhaço! Essa é a senha para começar a ação do projeto Mais Sorriso, Mais Saúde, da Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (CSHNB), em Picos. O projeto surgiu em 2013, na disciplina Semiologia, ministrada pela professora Tereza Galiza, do Curso de Enfermagem.
“Organizamos uma oficina para sensibilizar os acadêmicos de enfermagem para um cuidado mais humanizado, que unisse a ciência, a técnica e a arte “clown”, minimizando os efeitos negativos do processo de adoecimento e da hospitalização/institucionalização. O que antes era apenas uma vivência da metodologia dos doutores da alegria, tornou-se algo com a nossa “cara”, somos o Grupo Mais Sorriso, Mais Saúde”, destacou a professora.
O projeto tem como meta aproximar os profissionais de saúde e acadêmicos universitários dos pacientes, contribuindo para uma relação mais humanizada, através de métodos lúdicos e da arteterapia. Atualmente as atividades do projeto se dividem em visitas hospitalares e Instituições de Longa Permanência para Idosos, atividades de educação em saúde, em eventos de cunho científico e cultural e oficinas preparatórias. As ações são estruturadas a partir de referencial teórico de Enfermagem que estimule o autocuidado das pessoas.
Em 2014, o trabalho voluntário foi transformado em projeto de extensão vinculado à Pro-Reitoria de Extensão (PREX). São seis bolsas remuneradas que atendem aos acadêmicos dos cursos de Enfermagem, Administração e Sistema de Informação do CSHNB, além de outros cinco acadêmicos voluntários. A UFPI dá apoio na logística de transporte e espaço físico para realização das atividades preparatórias, além das parcerias com as instituições e eventos que o grupo participa. Os adereços, cenários e demais recursos utilizados nas visitas e apresentações ficam sob a responsabilidade do grupo.
Segundo a professora Tereza Galiza, o perfil do grupo Mais Sorriso, Mais Saúde vem despertando acadêmicos, professores e profissionais para essa forma diferente de cuidar. “Atuamos como moderadores de uma ação lúdica que dá vez e voz ao ser cuidado, minimiza o isolamento social, promove a educação em saúde e possibilita uma nova visão de interação entre o profissional da saúde e a comunidade assistida. Sinto-me honrada e realizada em poder contribuir na promoção do conforto desses pacientes”, declarou.
O estudante Francisco Cavalcante traz para o projeto a experiência dos Mímicos da Alegria, grupo que mantém com mais dois amigos. Ele destaca que os envolvidos nesse tipo de ação devem estar preparados para lidar com diversas situações. “Ao entrar nos leitos nos deparamos com situações onde alguns pacientes ignoram a nossa presença, diferente de outros que abrem o sorriso e pedem foto, abraço, conversam, brincam e cantam. Nós chegamos com brincadeiras e piadas para quebrar o gelo. E aos poucos, muitos logo vão abrindo o sorriso e mudando de um estado resmungão para um mais alegre. Mesmo estando mau, nota-se a diferença que faz uma pessoa para conversar e brincar com eles”, esclareceu o estudante.
Ascom