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MEC confirma que questões vazadas eram de pré-teste do Enem

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Aluno mostra livretos que continham questões idênticas às contidas na prova do Enem
Aluno mostra livretos que continham questões idênticas às contidas na prova do Enem

O Ministério da Educação confirmou nesta quinta-feira (27) que as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que vazaram estavam no pré-teste aplicado no Colégio Christus, em Fortaleza, em outubro de 2010.

De acordo com nota publicada no site do MEC, a conclusão foi de que as questões de matemática e ciências da natureza e ciências humanas e linguagens de dois dos 32 cadernos de questões do pré-testes foram copiadas, das quais 14 constavam da prova do Enem 2011.

Ainda, de acordo com o texto, todos os cadernos foram devolvidos, devidamente conferidos, e depois incinerados. Não houve, portanto, extravio do material.

O pré-teste foi aplicado para duas turmas, também sorteadas, uma de 47 alunos e outra de 44 alunos, em um dia normal de aula. Os alunos e a escola haviam sido informados apenas de que se tratava de um pré-teste para o banco nacional de itens, que auxiliaria nas avaliações da educação básica.

Segundo a nota publicada pelo MEC, os pré-testes aplicados pelo Inep seguem procedimentos sigilosos. Apenas os alunos têm acesso aos cadernos durante a aplicação que é acompanhada por três fiscais em cada turma.

O MEC enfatizou que as questões reproduzidas não eram de domínio público, e não poderiam ter sido memorizadas pelos estudantes, devido ao grau de detalhismo e similaridade. Também está afastada a hipótese de que as questões teriam circulado pela web antes da realização da prova.

De acordo com a nota, a decisão do Inep de cancelar as provas realizadas pelos alunos do Colégio Christus baseia-se unicamente no princípio da isonomia, fazendo-se justiça. “Na medida em que os estudantes do colégio tiveram acesso a essas questões, eles passaram a ter vantagem em relação aos demais participantes. Assim, a reaplicação da prova é a melhor forma de compensar prejuízos ou favorecimentos a qualquer participante, já que a metodologia de análise dos resultados permite a comparabilidade”, diz o texto.

Entenda o pré-teste do Enem
O MEC divulgou também uma nota explicando o funcionamento do pré-teste do Enem. São provas produzidas com questões que constam em um banco de ítens do Inep. As perguntas são preparadas por professores selecionados e, segundo o ministério, são produzidas dentro do Inep em sala com monitoramento de câmeras. Depois de terminadas, as questões produzidas pelo professor são inseridas no computador e revisadas por um outro professor. Se for aprovada, vai para o banco do Inep.

Ainda segundo o ministério, o pré-teste avalia cada item (questão) sob três aspectos: grau de dificuldade, nível de discriminação (o quanto consegue diferenciar as pessoas que sabem ou não) e probabilidade de acerto ao acaso. Uma prova para pré-teste deve reunir itens de difícil, média e fácil resolução. O número de questões pode variar a cada teste.

O desempenho dos estudantes nos pré-testes determinam o peso de cada questão. Quanto mais alunos acertam uma determinada pergunta, menor o peso que ela terá na prova. As perguntas que fizeram parte do pré-teste vão integrar o banco de itens, mas isso não significa que serão usados no futuro.

Em 2010, o Inep fez pré-testes em escolas públicas e particulares das capitais de dez unidades federativas. As escolas são escolhidas por sorteio e os estudantes são selecionados por amostragem de acordo com seu desempenho em outras provas do Inep. Segundo o MEC, o Colégio Christus, de Fortaleza, participou do pré-teste no ano passado.

Diz ainda a nota: “Durante a prova, em cada sala de aula três aplicadores acompanham o processo, recolhem todo o material e o devolvem ao Inep. De acordo com o ministério, toda a produção do pré-teste segue o esquema de sigilo e segurança do Enem. A empresa aplicadora recebe o material dos Correios e leva as provas à escola onde será aplicada. Um coordenador confere o número de provas.  Em cada sala, um dos três aplicadores tem como atribuição impedir a entrada ou a saída de qualquer material. Ao fim da aplicação, as provas são recolhidas, contadas, lacradas em envelope e devolvidas. Caso haja registro de falta de uma das provas, é aberto processo de investigação. De acordo com o resultado desse processo, as questões são excluídas de forma permanente do banco de itens do Inep”.

Do G1

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