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Médico picoense acusado de matar cinco pessoas em acidente poderá ser solto nesta quarta

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Médico é acusado na tragédia que matou 5 pessoas
Médico é acusado na tragédia que matou 5 pessoas

A reportagem teve acesso, com exclusividade, a trechos do parecer do Ministério Público, sobre a prisão do médico Marcelo Martins de Moura, 26 anos, que foi levado na tarde desta terça-feira (12/06) para a juíza Carmen Maria Paiva, da comarca de Altos. O parecer é da promotora de Justiça Clotildes Carvalho.

Marcelo Martins de Moura é acusado por homicídio culposo no acidente ocorrido na madrugada do sábado passado, dia 9, em que cinco pessoas morreram em trecho da BR-343, entre as cidades de Campo Maior a Altos. Ele estava dirigindo uma picape Toyota Hilux, em seu nome, quando bateu, com forte impacto, contra um sedan Fiat Siena que levava cinco pessoas no sentido Teresina – Campo Maior.

Quem estava no Fiat Siena era Leodivan Pereira Lima, de 45 anos de idade; Bernadete Maria Lima, de 50 anos; Leonidas Pereira Lima, 50 anos; Rita Teixeira Soares Lima, 40 anos (estes dois últimos eram casados); e Lorena Soares, 3 anos (era filha deste casal). Todos morreram na hora. Eram da cidade de Jardim de Mulato, mas saiam de Teresina em direção a Fortaleza (CE), onde passariam o fim de semana.

Apenas o condutor da Hilux, Marcelo Martins, sobreviveu. Segundo o inspetor Tony Carlos, da Polícia Rodoviária Federal (PRF-PI), que acompanhou de perto todo o caso na madrugada do dia 9, desde o acidente até o momento da prisão em flagrante, o médico tentou fugir do local, “mentiu” ao dizer que a picape não era dele e estava “embriagado” e ainda se recusou a fazer o teste do bafômetro. Ficou num posto da PRF detido e depois foi levado para a Central de Flagrantes.

PRESO NA DELEGACIA DO SILÊNCIO

Depois da Central de Flagrantes Marcelo Martins foi levado, alegando dores no tórax por conta do acidente, para o Hospital Prontomed. Recebeu alta no domingo e foi para um lugar até então desconhecido. Nesta terça a reportagem conseguiu descobrir, através de fontes dentro da Polícia Civil, que o médico estava preso em uma cela da Delegacia do Silêncio, localizada no bairro Morada Nova, zona Sul de Teresina. Por lá, o silêncio é total. A titular, delegada Eliane Clarck Gomes, segundo os agentes de plantão, deve se pronunciar sobre o assunto na quarta-feira. Ele recebe apenas algumas visitas e seu advogado Ezequiel Cassiano o orientou a não se pronunciar até que a Justiça decida sobre o caso.

Marcelo está preso na Delegacia do Silêncio, mas não se pronuncia

O QUE DIZ O PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O parecer do MP, assinado pela promotora Clotildes Carvalho, assegura que Marcelo Martins terá sim o direito de responder em liberdade, já que ele recebeu prisão em flagrante e não prisão preventiva. No entanto, deve pagar uma multa de 15 salários mínimos, que resulta algo em torno de R$ 9 mil, e ainda perder a carteira de motorista por dois anos, ficando proibido de dirigir. Procurada pela reportagem, a promotora Clotildes Carvalho confirma este trecho do parecer, mas diz que não pode dar muitos detalhes porque está nas mãos da juíza Carmen Maria Paiva, que é quem vai analisar e confirmar ou não o que diz o MP. “Eu sou muito legalista. Sigo o que diz a lei. Entendemos por responder em liberdade por conta da lei. Após o parecer, cabe a juíza. Depois disso com certeza nós, do MP, apresentamos uma denúncia. Aí começa a fase do inquérito, onde teremos de ter as provas do que realmente ocorreu naquele dia. Uma coisa que sabemos é que ele (o médico acusado) estava bêbado, de acordo com relatos da PRF”, disse Clotidles Carvalho.

Clotildes Carvalho deu seu parecer: médico responde em liberdade

MÉDICO ACUSADO PODE SER SOLTO NESTA QUARTA

Para o advogado Ezequiel Cassiano, que já foi defensor público, seu cliente Marcelo Martins deve ser solto ainda nesta quarta-feira, dia 13. Ele disse que apesar de a juíza da comarca de Altos ter transformado a prisão em flagrante em prisão preventiva, sabe que a promotora emitiu um parecer favorável pela soltura. “Prisão em flagrante é algo que nem existe mais. Por isso pedimos o pedido de liberdade provisória. Crime de trânsito não comporta prisão deste tipo. Ele deve responder em liberdade e esperar pelo que o Ministério Público, autor da ação, vai dizer. Aguardamos um posicionamento da juíza da comarca de Altos. Acredito que nesta quarta-feira, no máximo a tarde, ele (Marcelo Martins) seja solto. A denúncia não existe. O que existe é apenas um fato, o do acidente”, informou o advogado. Perguntado se o médico acusado não deve falar sobre o que aconteceu naquele dia ou se pelo menos pretende deixar alguma palavra, um pedido de desculpas, à família das cinco pessoas que morreram na tragédia, ele é enfático: “A minha orientação é a de que ele não falará nada agora. Quem sabe numa entrevista coletiva, depois disso tudo. Mas enfim, da defesa dele cuido eu. Não precisa uma TV ou um portal de notícias querer que ele fale alguma coisa pra se defender não”.

Advogado de defesa de Marcelo acha que ele será solto nesta quarta

CASO SEMELHANTE AO DO FILHO DO EIKE BATISTA NO RJ?!

A promotora Clotildes Carvalho lembra que o caso envolvendo o médico Marcelo Martins, claro que não nas mesms proporções, lembra o caso envolvendo Thor Batista, filho do homem mais rico do Brasil, Eike Batista. O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou Thor Batista, filho do empresário Eike Batista, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Thor foi denunciado pela morte do ciclista Wanderson Pereira dos Santos, de 30 anos em 17 de março deste ano. A denúncia, do Promotor de Justiça Marcus Edoardo de Sá Earp Siqueira, da 6ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Duque de Caxias, foi distribuída para o Juízo da 2ª Vara Criminal. Ele foi indiciado depois que a perícia constatou que ele dirigia de maneira imprudente, a 135 km/h, no momento do acidente. Segundo o delegado, o empresário foi enquadrado por homicídio culposo previsto na Lei de Trânsito, com pena prevista de dois a quatro anos de prisão. Thor entregou, mais recentemente, a sua CNH. Ele teve o direito de dirigir suspenso por um ano. No caso de Marcelo Martins seriam dois anos. Os advogados de Thor contestam o laudo da perícia. A defesa disse, na segunda, que é impossível compreender como os peritos chegaram à velocidade de 135 km/h. Até hoje Thor nunca foi preso e responde a acusação em liberdade, apesar de a família da vítima fatal achar que ele deveria estar preso.

Fonte: 180graus

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