DestaquesPolíciaTodas as Notícias

Militar do Rio de Janeiro surta após admitir que atirou em filho de piauienses

anuncio17 UNIFSA

[ad#336×280]Um soldado lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, disse durante depoimento à corporação, ter sido ele o autor do disparo que provocou a morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos. A informação é o site de O Globo, que diz ainda que o caso vem sendo mantido em sigilo e acompanhado pela 8º Delegacia Judiciária das UPPs. No seu relato o PM teria associado sua localização na mata e a posição do corpo, para concluir que ele foi autor do disparo.

Ainda segundo O Globo militar teve de ser internado logo depois de seu depoimento. Ele teve um surto psicótico e foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar. Mesmo após ter alta ele segue em tratamento na unidade de saúde. Ontem a PM do Rio comunicou o afastamento de oito policiais envolvidos na operação, na quinta-feira passada, que culminou na morte do garoto, filho de piauienses da cidade de Corrente, cidade no sul do Piauí.

policiamilitardepoimento-620x330
Policial que atirou em Piauiense surta em dopoimento

Dos oito homens afastados, apenas dois admitem ter efetuado disparos próximo ao local onde o garoto foi morto, mas só um confirma ter atingido o garoto.

Mãe de Eduardo desabafa e contesta arrependimento dos policiais (Foto: Fernando Brito/G1)
Mãe de Eduardo desabafa e contesta arrependimento dos policiais (Foto: Fernando Brito/G1)

A 8ª Delegacia de Polícia Judiciária das UPPs, que faz parte da Corregedoria Interna da PM, já ouviu 11 homens, incluindo um tenente. Já a Delegacia de Homicídios recebeu depoimentos de 16 pessoas, incluindo moradores que acusam PMs de terem recolhido cápsulas perto do corpo da vítima. O projétil que atravessou a cabeça do menino não foi encontrado por peritos.

Dos 11 policiais ouvidos, segundo O Globo, dois tiveram de repetir seus depoimentos para explicar sobre um suposto recolhimento de cápsulas. Se confirmada a suspeita, os policiais poderão responder por fraude processual. Na semana que vem a Delegacia de Homicídios deve realizar uma reconstituição da morte do garoto.

Os piauienses José Maria e Terezinha de Jesus vieram sepultar o filho em Corrente, mas voltarão ao Rio para auxiliar nas investigações.

SUSPEITA SOBRE OS POLICIAIS
Na sexta-feira (3), a polícia já havia divulgado o afastamento dos PMs do policiamento nas ruas. Eles tiveram suas armas recolhidas para a realização de exame balístico e respondem a um Inquérito Policial Militar (IPM).

Durante a manhã desta terça-feira, 13 líderes comunitários do Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, se reuniram com o delegado da DH, Rivaldo Barbosa. Segundo ele, 16 pessoas, entre elas 11 policiais militares, já prestaram depoimento sobre a morte do menino Eduardo. O delegado continua ouvindo policiais e testemunhas do caso e vai aguardar os laudos da perícia no local e aguardar o retorno dos pais da vítima para um depoimento mais aprofundado, para marcar uma reprodução simulada do crime.

17320783.jpg

O delegado não quis comentar as declarações de moradores que disseram que PMs recolheram cápsulas de bala do local do crime. Rivaldo disse que a perícia recolheu alguma cápsulas que foram enviadas para análise. “Não trabalhamos sobre pessoas. Nós investigamos os fatos. A reprodução simulada é imprescindível para esclarecer o caso. Precisamos estabelecer os locais onde estavam vítima, policiais e pessoas que possam ter visto ou ouvido o que aconteceu”, disse o delegado. “Neste momento de dor, da perda de um filho a mãe tem o direito de dizer o que quiser. O que posso dizer é que, ao contrário de fotos e informações que andaram circulando por aí, o Eduardo era uma pessoa de bem, que estudava e não tinha qualquer ligação com o tráfico”.

Um laudo realizado por peritos da Polícia Civil do Rio Confirmou nesta quarta-feira (8) que o menino Eduardo foi morto por um tiro que saiu de um fuzil policial. A informação que já tinha aparecido em relatos da mãe e de testemunhas agora foi confirmada através do laudo da perícia.

Dois policiais militares envolvidos na operação, que confirmaram ter efetuado disparos de fuzil perto do local onde o estudante foi morto, estão de licença médica supostamente abalados pelo disparo que matou o menino. Após admitir em depoimento que pode ser o autor do tiro, um dos PMs chegou a ser internado no Hospital Central da PM, com sintomas de um surto psicótico.

Um dos agentes afirmou ainda que efetuou disparos após uma queda, e o outro admite que fez três disparos. Os soldados da UPP serviam de guias para homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

180graus e G1

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Você está usando um bloqueador de anúncios.