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Padre Gregório desabafa sobre ameaças em palestra na Escola Normal

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Gregório
Padre Gregório desabafa sobre ameaças. Foto: Jailson Dias

O foco das palestras realizadas na manhã deste sábado (26) no Auditório da Escola Norma Oficial de Picos – ENOPI, era voltado para o senador Wellington Dias (PT), que abordaria o tema: “A Importância da Rede de Atendimento no Tratamento da Dependência Química”, mas as atenções acabaram direcionadas para o padre Gregório Lustosa e o seu desabafo sobre o temor de ter sua vida ameaçada e a recusa do juiz Geneci em autorizar a prisão do acusado de tê-lo ameaçado, fato debatido ao longo da semana.

Alegando desde o início estar sofrendo emocionalmente devido os últimos acontecimentos, o padre declarou para todo o público presente no auditório que não há justificativa para que uma pessoa que está aterrorizando a comunidade fique em liberdade, enquanto que os “cidadãos de bem” estejam atrás das grades, citando o exemplo de comerciantes que atendem clientes através de grades de ferro, cena infelizmente comum em Picos.

Expondo o seu sentimento e visível frustração na presença do juiz Geneci Benevides, que a tudo ouvia, e do senador Wellington Dias, ambos na mesa de honra, o padre Gregório citou o exemplo de sua terra natal, Santa Cruz. “Lá no meu interior tínhamos uma lei: quando um cachorro invadia o curral de outro, ele era morto”, declarou.

“Como cristãos nós não defendemos a morte das pessoas perigosas, mas é preciso ter outra saída. A comunidade não pode ficar refém”, ao proferir essas palavras ele foi aplaudido pelo público presente ao auditório que estava lotado. Durante a sua breve explanação muitos gritavam em demonstração de apoio ao sacerdote. O padre informou ainda que muitos fiéis já tiveram celulares e relógios roubados próximo a igreja.

O padre Gregório, que sofreu ameaças de morte por parte de um dependente químico e pediu a detenção dessa pessoa, disse que o fez pelo fato de conhecer a realidade de muitas pessoas aprisionadas pelo cárcere das drogas. “Um dependente químico, quando precisa de dinheiro, é capaz de matar”, lamentou. “Quero ser santo, mas não quero ser mártir”.

Apesar de ser constantemente aclamado por aplausos das pessoas que o ouviam, ele disse não estar sendo levado pela emoção ao proferir as palavras e reiterou as críticas à Polícia Civil e à Polícia Militar. “Se não há nenhuma ação, alguma coisa está acontecendo”, protestou e continuou “o povo não vai mais fazer ocorrência na Central de Flagrantes, pois não adianta”.

Em entrevista ao RiachãoNet o padre Gregório disse que a cidade chegou ao limite. “Inclusive foi divulgado há poucos dias que essa região está entre as mais violentas, e a quem nós podemos atribuir isso?”, indagou.

Dando sequencia ao evento, o senador e ex-governador do Piauí, Wellington Dias, não foi muito otimista no início de sua palestra. “A sociedade fracassou”, sentenciou.

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