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Pior seca da história: Açudes secos castigam sertanejos na região de Picos

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[ad#336×280]A seca que castiga o Semiárido do Piauí, uma das maiores dos últimos 50 anos, já matou dezenas de animais e acabou com muitas lavouras que serviam para alimentar as famílias e os animais. Mas em se tratando de seca, outros setores podem ser duramente atingidos. Nas áreas de maior estiagem, os poucos açudes que ainda servem para abastecer as cidades estão secos ou  com os seus níveis muito baixos, o que preocupa não só o sertanejo, mas as autoridades.

Uma equipe do jornal Diário do Povo visitou vários açudes que abastecem as cidades e constatou a quão crítica é a situação. Os maiores estão com os níveis de água bem abaixo de 20% e alguns dos menores secaram por completo.

Neste grupo podem ser citados os açudes Caboclo, em Belém do Piauí, e o Tiririca, em Jaicós, uma das maiores cidades da região de Picos. Na última vez em que a reportagem esteve na cidade, Jaicós era abastecida apenas por dois poços tubulares e depois ganhou o reforço de carros-pipas.

Barragem de Bocaina (Foto:Kalberto Rodrigues/PK)
Barragem de Bocaina (Foto:Kalberto Rodrigues/PK)
O açude Tiririca
O açude Tiririca em Jaicós: completamente seco

Já no grupo onde a quantidade de água é pouca podem ser citados os açudes de Bocaina, cuja capacidade é de R$ 106 milhões de metros cúbicos (m³), na região de Picos, e o açude Ingazeira, localizado na zona urbana de Paulistana, um dos municípios pólos do Semiárido piauiense com capacidade de 25,7 milhões de m³.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bocaina, Emídio João da Silva, o “Negão do Sindicato”, nunca as águas da barragem de Bocaina havia chegado a níveis tão baixos. Quem o olha de um lugar mais elevado, tem a nítida impressão de que está vendo apenas um desses lagos naturais que sempre secam no período do verão.

Apesar de não ter adutora, a barragem é muito importante porque muita água é pega pelos carros-pipas para abastecer as cidades e alguns povoados da região. Devido a pouca água da barragem, o rio Guaribas, que é represado por Bocaina, em Picos, não passa de uma imensa vala onde são despejados dejetos e esgoto a céu aberto.

“Negão”, cujo sindicato que dirige tem quase 1.800 filiados, disse que o trabalhador rural está sobrevivendo apenas com a ajuda do Governo, através de programas sociais e quem não tem poço, apela para o carro-pipa. Mas ele não sabe até quando.

“Com esta seca, falta trabalho e oportunidades para o homem do campo que hoje passa os dias em casa apenas esperando o dia de receber o benefício do Governo”, disse, acrescentando que é do povoado Lagoa do Cajueiro, a cerca de 12 quilômetros da sede do município de Bocaina, onde os poços ainda estão salvando os moradores.

Diário do Povo

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