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Potó libera substância que pode causar queimaduras de até terceiro grau

“Dizem que quando somos ‘mijados’ por um potó não morremos mais esse ano”. Foi o que disse Nazeré Fontenele, moradora da zona Norte de Teresina ao OitoMeia. São inúmeras as mitologias por trás do pequeno inseto. Boa parte da população também acredita que a queimadura provocada pelo potó ocorre em detrimento de sua urina.

Tal informação foi desmentida pelo dermatologista Thales Bastos. “Na verdade, o que provoca a queimadura na pele é a hemolinfa, um fluido que tem as mesmas funções que o sangue dos vertebrados.” corrigiu.

“O potó guarda na cauda uma substância caustica que é extremamente irritante à pele. Essa substância é liberada pelo inseto quando ele é esmagado ou agredido”, explicou o dermatologista Lauro Soares Lopes a reportagem. Em contato com a pele, essa substância vai causar um processo chamado de dermatite, que provoca inflamação intensa da pele. É por esse motivo que a queimadura de potó se assemelha a uma queimadura por fogo ou por produto químico.

Queimadura de Potó/ Potó (Foto: Reprodução)

COMO A QUEIMADURA DE POTÓ ACONTECE?

“O potó gosta de ambientes quentes e úmidos, então ele irá preferir regiões do corpo de grandes dobras”, ressaltou o dermatologista. Ainda de acordo com Lauro, as axilas, pescoço, virilhas, dobras dos braços e pernas são as partes do corpo atingidas em maior número pelo pequeno inseto.

As queimaduras geralmente ocorrem à noite, principalmente nas partes que ficam descobertas durante o sono. “Isso ocorre porque o inseto se instala próximo as luzes brancas das residências e quando o indivíduo as apaga para dormir, ele desce a procura de locais quentes, e nesses ambientes quentes estão as dobras do ser humano”, explica.

Sob o corpo, o potó começa a se locomover sob a pele e por reflexo, a reação das pessoas é esmagar o pequeno. É nesse momento que o potó libera a substância acida que recebe o nome de hemolinfa.

COMO PREVENIR A QUEIMADURA DE POTÓ?

A precaução principal deve ser ao entardecer, alerta Lauro. “É recomendável o uso de telas anti-mosquito ou em outros casos que a população mantenha portas e janelas fechadas no final da tarde, isso evitará a entrada do inseto nas residências.” diz. Também é importante preferir lâmpadas amarelas as brancas, além sempre verificar colchas, lençóis e travesseiros ao deitar.

“Para evitar o contato com o potó durante a noite é recomendável o uso do ar-condicionado e de repelentes, principalmente em quartos de crianças, pois são mais sensíveis as queimaduras.”

Como evitar ser contaminado pela substância liberada pelo potó? Segundo o dermatologista, o inseto não deve ser esmagado. Outra alternativa é espantá-lo com um objeto e então posteriormente matá-lo.

APÓS A QUEIMADURA

Se mesmo com todas precauções tomadas a queimadura de potó ainda ocorrer, as medida inciais são lavar o ferimento com água e sabão e posteriormente fazer o uso de uma compressa com água fria no local.

Se não tratada corretamente a queimadura de Potó pode resultar em uma infecção secundária. “Nesses casos, a pessoa deve procurar o uso de medicamentos, entre eles estão o uso dos os corticosteroides de uso tópico (cremes, loções, géis e pomadas).” declarou o médico. “Em lesões onde há o aparecimento de bolhas, o uso de adstringentes ou do sulfato de prata para cicatrização serão necessários”, completou Lauro.

Os dermatologistas também criticaram o uso de medicamentos caseiros. “O uso de substâncias como pasta de dente e álcool ou maizena apenas irritam mais ainda a pele”. Segundo o médico, esses materiais podem agravar o grau das lesões e acabar deixando sequelas na pele, como manchas residuais e cicatrizes.

Em Teresina, nos meses de maio e junho, a população de insetos se multiplica consequentemente e uma infestação é desencadeada. Os principais sintomas após a queimadura são vermelhidão, mucosa, ardor e bolhas.

Fonte: Paula Sampaio/OitoMeia 

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