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Preço da carne cresce 30% e bate recorde no Piauí

O preço subiu de R$ 120 a R$ 230, e deve impulsionar o crescimento do setor, mas para o consumidor, o impacto no bolso não é nada agradável.

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O valor da arroba do boi no Piauí subiu 92% nos últimos três meses, segundo informações da Associação Piauiense de Criadores de Zebu (APCZ). O preço subiu de R$ 120 a R$ 230, e deve impulsionar o crescimento do setor, mas para o consumidor, o impacto no bolso não é nada agradável.

 “Há quase 10 anos o valor da arroba do boi não passava de R$ 120 a R$ 140. Em três meses, tivemos um aumento extraordinário e hoje já temos vendido a R$ 230. Isso é muito animador para o setor agropecuário. O preço estava muito defasado, principalmente diante do aumento do custo da produção, do combustível, da energia e dos demais insumos”, explica o presidente da APCZ, André Nogueira.

O aumento repentino e crescente no preço da carne bovina se deve ao aumento das exportações, especialmente as chinesas.

Veja alguns preços:

– O colchão mole, que era vendido a R$ 26,60 no mês passado, já está em R$ 29,90 – um aumento de 15%.
– O patinho, que custava R$ 22, subiu 20%, chegando a R$ 26,60.
– A carne de primeira saiu de R$ 23 para R$ 29, um aumento de 26%.
– A picanha, que era comprada por R$ 28, o quilo, agora chega a R$ 40, uma alta de 43%.

Para os comerciantes do Mercado do Dirceu, os aumentos fizeram os consumidores desaparecerem. “Jamais tinha visto isso antes. O coração fica partido quando o cliente chega e não consegue comprar. Não dá para dar desconto. Quem comprava um quilo está comprando meio quilo. A carne vai ficar só na lenda, na saudade”, lamenta um dos comerciantes. O aumento médio é de 30%.

Para o economista Valmir Falcão, tudo está explicado na alta das exportações. “Quando as exportações aumentam, diminui a oferta no mercado interno. Tem menos carne disponível para o mercado interno. O preço da arroba do boi disparou e agora cabe ao consumidor buscar alternativas, como a carne de bode, de porco, o frango e o peixe”, diz.

O problema é que o aumento da procura por alternativas também deve impactar no preço desses outros tipos de carne. “A procura por outros tipos de carne está crescendo e deve ficar maior que a oferta rapidamente. É possível que tenhamos um aumento generalizado nos próximos meses”, pondera André Nogueira.

De acordo com  uma pesquisa da Scot Consultoria, especializada em mercado agropecuário, a tendência é de manutenção do forte ritmo de compras de carne bovina pela China em 2020. “O Brasil é um grande produtor de proteína e a política da ministra da Agricultura é de abrir novos mercados. Num período longo, a gente não deve mais atender a demanda da exportação e isso deve manter a economia aquecida, vai valorizar o setor da agropecuária, impulsionar o crescimento. Isso e a regularização das chuvas estão deixando o pecuarista mais otimista e ele está investindo mais, aumentando a área da pastagem”, avalia o presidente da APCZ.

Existe uma especulação de que pessoas mais pobres não terão acesso à proteína por causa da alta dos preços, mas para André, haverá uma compensação natural. “O setor em crescimento gera emprego e renda e isso compensa o alto valor do produto”, argumenta.

Atualmente o Piauí tem um rebanho de 1,6 milhão de bovinos e comercializa 500 mil animais por ano. Além do consumo interno, bezerros vendidos para outros estados como Goiás e Maranhão. “Lá eles são engordados e exportados”, explica o presidente da APCZ.

A alta no preço da carne também gera um impacto imediato na Expoapi, que acontecerá entre os dias 30 de novembro e 8 de dezembro, no Parque de Exposições Dirceu Arcoverde. O evento terá 5 leilões, 2 shoppings de animais, vaquejadas, cavalgadas, cursos, prêmios e prova de hipismo. A previsão é de que 300 mil pessoas participem nos 10 dias de evento, movimentando um montante superior a R$ 20 milhões.

Cidade Verde

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