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Presos são mantidos sem receber alimentação na Central de Flagrantes

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Após a reinauguração da Central de Flagrantes de Picos em maio do corrente ano, imaginava-se que o funcionamento físico do prédio seria melhorado, mas não é bem isto o que tem ocorrido. Os presos que são encaminhados para o local estão sendo mantidos em condições precárias, além disso, o prédio está funcionando sem energia elétrica, material de escritório, problemas sanitários e falta de internet.

A Central de Flagrantes que apresenta duas celas com capacidade para oito detentos está abrigando atualmente 15 presos, caracterizando superlotação.

Prédio recém inaugurado da Central de Flagrantes - Foto: Romário Mendes
Prédio recém inaugurado da Central de Flagrantes – Foto: Romário Mendes

No entanto estes números podem ser ainda maiores como explicou o diretor regional do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí, Joel Joaquim dos Santos. Segundo ele, as pessoas detidas pela Polícia só podem permanecer na Central de Flagrantes no prazo de 72 horas quando se conclui o flagrante, mas este tempo vem sendo estendido.

“Eles podem ficar aqui no máximo por 72 horas, enquanto se conclui o flagrante, sendo quatro pessoas em cada cela, no momento contamos com 15. Tem dias que tem até mais de 20 presos, em uma única cela. Os gestores alegam muita coisa para a demora deles aqui, mas acredito que isso é apenas o governo tentando fugir de mais um gasto financeiro”, afirmou Joel.

Detentos convivendo em condições mínimas 

A situação tem se agravado na Central de Flagrantes devido às condições precárias em que os detentos estão sendo mantidos. Um destes problemas é o sistema de esgoto que não foi concluído fazendo com que o mesmo transborde e inundem as celas.

A falta de alimentação é outra situação grave enfrentada, em que os detentos vêm sendo alimentados pelos familiares. No entanto, algumas pessoas que foram detidas e são oriundas da região de Picos e de outros Estados acabam não recebendo alimentação, devido o translado dos parentes e a ajuda está sendo recebida da família de outros presos.

Segundo relatos dos detentos existem pessoas que há mais de uma semana não comem e necessitam de cuidados médicos.

“Tem preso aqui depressivo que precisa de assistência médica e psiquiátrica. Era pra tirar para um hospital, pois se acontecer algo de errado dentro da cela nos seremos prejudicados. Já avisamos as autoridades competentes que existe um preso depressivo que está há oito dias sem comer. Aqui não queremos que ninguém adoeça, já basta está preso em um lugar como esse. Queria que o juiz olhasse pra gente, ou soltasse ou encaminhasse pra penitenciária, onde a gente poderia ter um espaço e um ambiente onde pudéssemos pagar nosso delitos e ao sairmos nos recompormos a sociedade”, relatou um detento que não quis ser identificado.

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