Após manifestações e a mobilização de deputados e lideranças políticas de Picos, o processo de terceirização do Hospital Regional Justino Luz, foi temporariamente suspenso. A informação foi confirmada pela assessoria do prefeito de Picos, Padre Walmir Lima (PT).
Segundo informações da assessoria, o gestor teria sido informado por representantes do Governo do Estado que a terceirização do Hospital havia sido suspensa até a realização de uma reunião envolvendo autoridades do setor da Saúde, representantes e populares de Picos.
Em entrevista ao Jornal da Rádio Cidade Modelo FM, o presidente da Câmara Municipal de Picos, Hugo Victor, ressaltou que o serviço de Saúde oferecido à população de Picos e macrorregião está deficitário, e que a terceirização poderia piorar ainda mais esta situação já que não se sabe de que maneira a Organização Social sem fins lucrativos irá gerir a Casa de Saúde.
Hugo Victor esclareceu ainda que a Organização que venceu a licitação é de Minas Gerais e que no respectivo Estado já administra um Hospital. Mas para ele, a grande preocupação é se esta mudança pode trazer realmente melhoras para o serviço, já que a experiência de terceirização é uma aposta.
A proposta do Governo do Estado de contratar uma Organização Social para gerenciar a unidade hospitalar visa a melhora nos serviços de Saúde oferecidos à população. Uma das justificativas da mudança, é que este é o caminho mais rápido para alcançar 90% das metas e melhorar a qualidade e a quantidade de atendimentos. Atualmente, o hospital tem atendido apenas a 39% das metas esperadas.
Inspeção
Na manhã desta quarta-feira, 30, uma comitiva de deputados, vereadores e lideranças políticas da cidade irão realizar uma inspeção in loco no Hospital Regional Justino Luz de Picos para diagnosticar os problemas de infraestrutura e operacionais no que diz respeito aos atendimentos à população.
Demanda
Com uma demanda de aproximadamente 500 mil habitantes, de 59 municípios circunvizinhos tanto do Piauí, como do Ceará e Maranhão, o Justino Luz funciona 24 horas, com atendimento ambulatorial, urgência e emergência, internações, centros cirúrgicos, realização de exames, sendo referência de média e alta complexidade para aquela região. Apesar do alto custo mensal, de cerca de R$3,4 milhões, o quadro situacional do hospital apresenta uma série de deficiências que limita a oferta de um serviço resolutivo e de qualidade.
