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Quadrilha clona telefones de 12 prefeitos no Piauí

Por conta do grande número de vítimas de clonagem, a Associação Piauiense de Municípios (APPM) encaminhou ofício à Delegacia Geral de Polícia Civil

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Tudo começou quando o deputado federal Átila Lira (PSB) teve seu telefone celular clonado por uma quadrilha, que atua em Teresina e em Brasília (DF). O deputado teve sua conta no aplicativo WhatsApp clonada e os criminosos estavam solicitando que seus amigos e apoiadores depositassem dinheiro em uma conta bancária que não pertencia a ele.

Átila Lira afirmou que a fraude começou em Teresina, onde por algumas horas não conseguiu acessar sua conta no WhattsApp, e depois continuou em Brasília, onde a Polícia Civil abriu inquérito policial para apurar o caso.

E o número de vítimas só aumentou. No Piauí, 12 prefeitos também tiveram seus telefones celulares clonados e a quadrilha passou a usar suas contas de WhatsApp para solicitar transferência de recursos públicos para contas bancárias até agora desconhecidas.

Como age a quadrilha

Os criminosos clonam as linhas telefônicas das vítimas com a ajuda de funcionários de operadoras de telefonia. Após a clonagem, a vítima tem seu aplicativo de mensagens instantâneas bloqueado e perde acesso. É quando a quadrilha assume a identidade da vítima e entra em contato com funcionários, aliados e amigos para solicitar grandes quantias em dinheiro.

Bandidos clonam Whatsapp do prefeito de Sigefredo Pacheco e tentam aplicar golpe

O prefeito de Sigefredo Pacheco, Oscar Bandeira, registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia Polícia Civil de Campo Maior (86 km de Teresina), denunciando invasão ao seu aplicativo de mensagens instantâneas, WhatsApp.

Oscar Bandeira afirmou que ficou sem acesso ao aplicativo durante toda a noite, e que no outro dia recebeu ligações de pessoas informando que tinha solicitado, por meio de mensagens, empréstimos e transferências bancárias.“Não fiz nenhum pedido de empréstimos ou de transferências bancárias”, afirmou Oscar Bandeira.

Prefeitura se salva do golpe

A prefeita de Santana do Piauí, Maria José de Sousa Moura, teve seu telefone celular clonado e os integrantes da quadrilha contataram o secretário de municipal de Finanças, Aurino Rodrigues, solicitando transferência no valor de R$ 50 mil para a empresa Gonçalves Borges Comércio de Confecções Ltda.

Por conta da elevada quantia que teria sido solicitada pela prefeita Maria José de Moura, o secretário Aurino Rodrigues e a assessoria contábil desconfiaram do conteúdo da mensagem e contataram a prefeita que disse não saber e nem solicitar qualquer transferência bancária.

“Meu WhatsApp não estava funcionando, era como se tivessem bloqueado o chip. Depois de um tempo sem acesso ao aplicativo, o contador da Prefeitura e o secretário encontraram em contato comigo, pedindo minha autorização para realizarem a transferência no valor de R$ 50 mil.Só aí descobrimos que estava sendo vítima de um golpe que tem acontecido com vários prefeitos piauienses”, relata Maria José Moura.

A prefeita registrou Boletim de Ocorrência na Central de Flagrantes de Picos e cancelou a linha telefônica móvel.

Desdobramento

Por conta do grande número de vítimas de clonagem, a Associação Piauiense de Municípios (APPM) encaminhou ofício à Delegacia Geral de Polícia Civil solicitando abertura de inquérito policial, a fim de averiguar a possível existência do crime baseada na clonagem dos prefeitos do interior do Estado.

Dentre as vítimas estão os prefeitos: Alcione Barbosa Viana (de Lagoinha do Piauí), Antoniel de Sousa Silva (Caridade do Piauí, Carmelita de Castro Silva (São Raimundo Nonato), Deusdete Lopes da Silva (Barro Duro), Erivelto de Sá Barros (Bocaina) Francisco Wagner Pires Coelho (Uruçuí), Joel Rodrigues da Silva (Floriano), José Wilson de Carvalho (Simões), Valdecir Rodrigues de Albuquerque (Curimatá), Maria José de Sousa Moura (Santana do Piauí), Raimundo de Sá Lopes (Oeiras) e Edvardo Antônio da Rocha, o Pé Trocado (Sussuapara).

Meio Norte

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