Educação

Que rendimento terá o ano letivo de 2012 nas escolas do Piauí?

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Reunidos por mais de quatro horas na Secretaria Estadual de Educação - Seduc - na tarde desta quinta-feira (3), representantes do Governo do Estado, sindicalistas e Ministério Público fizeram uma revisão na folha de pagamento e planilhas de custos do órgão para elaborar uma nova proposta de reajuste salarial para os professores. Os valores não foram definidos, mas o resultado dessa análise será apresentado ao governador Wilson Martins (PSB). A decisão final com o percentual de aumento, para o fim da greve que dura mais de dois emses, deve sair somente na segunda-feira. Participaram da reunião os secretários de Educação, Átila Lira, e Administração, Paulo Ivan da Silva Santos, além do crontrolador-geral do Estado, Antônio Filho, a promotora Leida Diniz e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí - Sinte-PI - e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE. Ao longo da tarde, foi avaliada a revisão no reajuste. Os dados devem ser revistos e estudados novamente durante o fim de semana para consolidação da proposta. Pela manhã, em encontro no Palácio de Karnak, o governador Wilson Martins (PSB) apresentou proposta para que todos os recursos federais extras que chegarem do Fundo de Educação Básica - Fundeb - sejam repassados diretamente para o reajuste dos professores. O mesmo grupo que participou da reunião da Seduc deve acompanhar a liberação dos recursos a cada mês. A categoria cobra aumento linear de 22% para todas as classes, mas o Estado alega estar no limite do cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. O impacto na folha seria de R$ 19 milhões. O governador Wilson Martins tem viagem programada para municípios do Norte do Estado nesta sexta-feira, começando por Barras. Ele aguarda a consolidação da nova proposta por parte da comissão de gestores e sindicalistas que, chegando a um acordo, terão o reajuste salarial confirmado. Da Redação redacao@cidadeverde.com
Greve dos professores da rede estadual de Picos Foto : Maria Moura

O Censo Escolar 2010, divulgado no final do ano passado, revelou que o Brasil tem 151 municípios que reprovam 20% ou mais dos alunos da rede pública ao fim do 1.º ano do ensino fundamental. O número representa 2,7% do total de cidades brasileiras. Mesmo assim, especialistas consideram a situação alarmante.

O Piauí apareceu no ranking como Estado com maior número de municípios com altas taxas de reprovação: 39, ao todo. Aqui estão também os municípios com índices mais altos de reprovação do País: Lagoa do Piauí, com 48,4%, e Aroeiras do Itaim, com 47,4%.

Os dados do Censo Escolar 2010 são do Ministério da Educação (MEC) e foram mapeados pelo pesquisador e economista Ernesto Martins Faria. Ele considerou as redes estaduais, municipais e federal. As diretrizes curriculares sugerem que não haja reprovação nos três primeiros anos do ensino fundamental, já que é nessa época que ocorre o ciclo de alfabetização da criança. Segundo especialistas em educação, é durante a alfabetização que a criança deveria ter seu desenvolvimento acompanhado mais de perto.
Mesmo considerando que a maioria dos alunos nessa faixa etária está matriculada nas redes municipais de ensino, não custa refletir: qual será o desempenho dos alunos piauienses, este ano, com a prolongada greve na educação, deflagrada no exato dia marcado para a abertura do período letivo de 2012?

Os professores deflagraram a greve reivindicando o pagamento do piso nacional do magistério, de R$ 1.451. O pagamento do piso do professor é uma obrigatoriedade, tal qual o pagamento do salário mínimo. Não há mais qualquer contestação quanto a isso. O próprio Supremo Tribunal Federal já deu a última palavra sobre a questão.

O Governo do Estado tenta reabrir as escolas ao seu modo: chamando professores substitutos para os lugares dos grevistas, ameaçando cortar o ponto dos faltosos e também demiti-los. Educação se faz, sobretudo, com paixão. Que rendimento qualitativo se pode esperar de um ano letivo que ainda não começou e que está condenado a começar assim, na base do empurrão?

Diário do Povo – Zózimo Tavares

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