Rebanho bovino da região de Picos escapa na ‘macambira queimada’
A seca que assola o nosso sertão chegou ao extremo. Em Geminiano, os criadores sem ter mais o que dar para o gado comer, apelam para a queima da macambira, na fé que as últimas cabeças de gado que ainda restam possam escapar, até que a chuva chegue.
Para os irmãos Antonio Francisco José da Luz e Raimundo Nonato da Luz, criadores de gado da cidade, a queima da macambira já virou rotina. Quando perguntados se não fosse a macambira o que teria acontecido, Antônio responde que que não teria mais nenhum animal vivo, pois a condição financeira não permite comprar ração. “Até mesmo a macambira está sendo racionada com medo de acabar, pois isso acontecendo é entregar pra Deus. A fome do rebanho é tamanha que eles entram quase no fogo pra comer”, diz o criador.
O que é a macambira?
A macambira (Bromelia laciniosa) é uma planta da família das bromeliáceas, do gênero Bromélia. Possui vários usos que vão desde a utilização da planta para evitar a erosão, até como alimento para o gado. Como sua folha possui modificações que dão uma natureza espinhenta a mesma, a macambira é queimada antes de ser oferecida ao gado.
A macambira está presente nas áreas secas do nordeste, desde a Bahia até o Piauí. Seu caule é cilíndrico e suas folhas (constituídas de duas partes distintas: base dilatada e limbo) encontra-se distribuídas em torno do caule. O caule desta planta geralmente é confundido com a raiz, porém as raízes da macambira são finas, diferentemente do caule que é mais espesso.
O tamanho da planta é variado e o seu fruto é uma baga de três a cinco centímetros de comprimento e diâmetro variando de 10 a 20 milímetros. Essas bagas quando maduras assumem uma coloração amarela, lembrando um cacho de pequenas bananas.
Com informações de Etevaldo Moura – Blogueiro 180graus
Edição, revisão e acréscimos: Roger Bezerra