A seca e seus efeitos arrasaram os arranjos produtivos e agronegócio no Piauí. O Estado, esta área, quebrou. Até os resistentes cajueiros morreram com a falta d´água. Não tem mais castanhas, cajuína, mel de abelha, doces, dentre outras atividades empreendedoras no semi-árido. Faltam alimentos, farinha de mandioca, legumes e verduras, a produção de frutas foi comprometida, assim como a dificuldade de criação dos rebanhos elevou o preço da carne e do leite. O Governo do Estado tenta compensar as perdas com ajuda direta aos pequenos produtores com milho, arroz, e até carne, além de promover uma compra direta dos produtos que ainda resistem a estiagem.
O Governo do Estado reconhece que esta é a pior seca nos últimos cinqüenta anos e a perda agrícola beira a 100%. O semiárido e a região mais afetada com a falta de água até para consumo humano e animal.
A Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Piauí (Fetag) afirmou que em 85% dos municípios atingidos pela seca, a produção foi zero. E, por isso, os trabalhadores não têm como sobreviver, falta alimentos e até água. Eles estão vivendo dos programas socais.
“Do conhecimento da Fetag essa é a pior seca, em que não há água nem para consumo humano e animal. Tem muita gente passando sede, fome e calor. 100% da safra dos agricultores familiares foi perdida em mais de 80% dos municípios do Piauí. As pessoas estão se alimentando mal, sem vitaminas, não tem verduras e frutas que as levam a adoecer e até morrer”, relatou Manoel Simão, secretário da Fetag.
O diretor de Unidade da Defesa Civil Estadual, Jerry Herbert, disse que está sendo necessário cavar barreiros para que os animais possam voltar a tomar água. “Estamos com máquinas na região de São Raimundo Nonato e vamos cavar 20 barreiros para que os animais possam beber”, destacou. Ele disse ainda que estão sendo equipados poços para dispensar o abastecimento feito por carros-pipa.
“Mais de 250 poços estão sendo equipados e até o final do ano serão 400. Eles estão perfurados, mas não tinham bombas e outros equipamentos e agora estamos colocando caixas d’águas de cinco e dez mil litros para não precisar mais de carro-pipa”, afirmou Jerry Herbert.(LC) Com informações do Diário do Povo