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Seca no Piauí: criadores vendem patrimônio para alimentar o rebanho

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Foto: Reprodução

São 215 dias sem chuva e 200 municípios em estado de emergência ou calamidade no Piauí. O nível dos reservatórios de água do Estado está abaixo de 30%. Segundo o governo, serão construídas 189 barragens no semiárido para amenizar os efeitos da estiagem, que deverá durar mais três meses. A solução é a compra de água de carros-pipa.

Com os poços secos, 8 mil litros de água chegam a custar até R$ 300 – muito dinheiro até para quem tem condições de pagar. Em Jaicós, na região de Picos, apenas dois poços abastecem 18 mil habitantes; em Queimada Nova, resta só um poço para 8,5 mil pessoas.

Em Queimada, a maioria da população compra água da Serra da Umburana, a 40 quilômetros. Os carros-pipa cadastrados não podem comercializar mais do que 2 mil litros d’água por dia, o que compromete o abastecimento até mesmo para quem quer pagar. “Aqui saímos a procura dos donos dos carros e negociamos. Só que geralmente eles já estão com a cota de 2 mil litros comprometida por cinco dias”, diz o aposentado José Neto.

A seca tem afetado também os moradores da zona rural. Segundo o presidente da Federação da Agricultura do Piauí, Carlos Augusto Carneiro, mais de 550 mil cabeças de gado já morreram por causa da estiagem – um terço do rebanho.

Carneiro disse que os criadores vendem o patrimônio para conseguir recursos para comprar alimento para os rebanhos. “Estamos sem saber o que fazer, porque não temos condições de manter os animais assim. Vendi uns terrenos para comprar milho e algodão para dar aos bichos para eles não morrerem”, conta Carneiro, que tem uma fazenda com mil cabeças de gado e mil de caprinos.

A Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado suspendeu a vacinação contra febre aftosa porque o rebanho estava muito debilitado e poderia não resistir à vacina. Para socorrer os criadores, o governo do Piauí anunciou a distribuição de milho com preço subsidiado para tentar salvar os rebanhos. Fonte: Estadão

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