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Falta de pagamento e cumprimento das leis de trabalho. Com essas alegações os 56 servidores terceirizados que atuam no campus da Universidade Federal do Piauí em Picos cruzaram os braços na última terça-feira (11) e decretaram greve.
A parte mais afetada é o Restaurante Universitário (RU) da instituição, que deixou de servir nos últimos dois dias cerca de dez mil refeições. Ao todo, 31 profissionais que atuam no RU participam da greve.
A empresa anterior que terceirizava os serviços foi substituída após problemas similares e ainda estaria em dívida com os servidores. Com o acúmulo dos débitos da empresa anterior e da Mafra, atual responsável pelo quadro de terceirizados, os funcionários estão com três meses de salários atrasados. Eles também denunciam que obrigações trabalhistas como INSS e FGTS não estão sendo depositados e cobram pagamento de vales transportes e vale alimentação.
“Nós precisamos reivindicar. Trabalha eu [sic] e o meu pai nesta empresa e o nosso dinheiro só sai daqui, não tem outra fonte de renda. E nós precisamos desse dinheiro em conta porque temos talões, alimentos para comprar. Temos dívidas. E sem dinheiro não temos como pagar”, pontua o cozinheiro Erasmo Adão. Ele ainda acrescenta que os funcionários “têm o dever de trabalhar, mas também tem o direito de ter o salário em dia”.
A cozinheira Wilka Antônia Nascimento ressalta que os grevistas “só voltarão a trabalhar quando receberem os salários”. Ela pede que os alunos do campus cooperem com o movimento e entendam que a situação dos funcionários nesse momento é insustentável.
O movimento estudantil do campus através do DCE informa que apoia e defende o direito dos servidores. “Esses funcionários são quem garante o funcionamento da universidade. É a mola propulsora desse campus. E numa universidade que tem um dos maiores orçamentos do Estado do Piauí essas pessoas, que são pais e mães de família, passarem o constrangimento de não poder alimentar suas famílias é indignante”, disse Maurício Martins, coordenador político do DCE.
A diretora do campus, professora doutora Alvenir Barros, afirma que a posição da direção é favorável à greve. Para ela, é justo que os funcionários busquem alternativas para solucionar a situação dos servidores.
Outro lado
A empresa, através de Clarissa Costa, sua representante no campus de Picos, informou que todas as providências foram tomadas para solucionar o problema. De acordo com Clarissa, o atraso é consequência do processo de adaptação pelo qual passa a empresa no desempenho da função no primeiro mês.
A representante garantiu que até a próxima sexta-feira (14) o pagamento dos salários será efetuado.
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