Água, luz, aluguel, remédios, comida no prato… necessidades básicas de qualquer pessoa. Coisas que precisam ser supridas diariamente. Mas a pergunta que fica é: como ter tudo isso se não há dinheiro?
Assim é a vida dos servidores contratados do Hospital Regional Justino Luz de Picos que estão com três meses de salário atrasado. No mês de agosto eles receberam o pagamento referente a junho.
Segundo informações apuradas pelo Portal RiachãoNet, desde o dia 08 de setembro os servidores fizeram o pagamento da nota referente a imposto pago à Prefeitura de Picos. O salário, que deveria ter sido pago ainda no mês passado, não foi efetivado até hoje, 1º de outubro.
Há alguns meses a Fundação Estatal Piauiense de Serviços Hospitalares – Fepiserh – expôs uma nota em que aplicava o atraso salarial à crise gerada pela pandemia, mas, de acordo com alguns funcionários, esse “desserviço” acontece bem antes da Covid-19.
A equipe de reportagem do Portal RiachãoNet conversou com dois funcionários que expuseram sua indignação quanto aos atrasos e quanto isso prejudica a um pai ou mão de família que tem contas a pagar e comida a pôr na mesa. (Os nomes não serão revelados para que não haja represálias contra os mesmos)
“Como para todo e qualquer trabalhador e chefe de família, o salário é essencial ao sustento familiar, pois temos contas, água, energia, internet, bem como despesas com alimentação. Eu, como muitos outros colegas, tenho apenas o hospital como fonte de renda e nos deparamos sempre com essa situação de atraso, que prejudica, e muito, a manutenção de contas e sustento familiar. Hoje completa três meses trabalhados e não recebidos, e a direção não deu nenhuma justificativa aos profissionais”, disse um servidor da unidade de saúde.
Outra servidora mencionou que, se não há pagamento das contas de energia e água, outro problema maior, além do acúmulo de contas, se instaura: o corte no fornecimento dessas duas necessidades básicas dentro de uma casa.
“Esse atraso dá a ideia de falta de respeito para com o profissional, que está ali, no dia a dia, apesar de todas as dificuldades, se dedicando àquelas 12/24h de plantão para não deixar aqueles que se encontram enfermos na mão. Depois vem a parte triste dessa história, pois quem trabalha tem seus gastos, que vão de contas de energia e água, a comida e despesas médicas. Tanto a Agespisa quanto a Equatorial não permitem que haja um atraso de dois meses em suas contas. Então, se não tem salário, não tem dinheiro para esse pagamento, e fica com energia e água cortados. Na alimentação, a gente tem que diminuir o que comer, porque não tem como pagar. Para quem mora longe, ainda tem que gastar com transporte ou gasolina. O atraso acarreta muitas dificuldades na vida do profissional”, detalhou ela.
O Portal RiachãoNet procurou a assessoria do Hospital Regional que informou que nesta sexta-feira (1º), os pagamentos começam a ser pagos.