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Sesapi conclui inquérito sobre doenças parasitárias em Picos

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Crédito da imagem Cidade Verde
Picos – Piauí -Foto: Cidade Verde

A Secretaria de Estado da Saúde concluiu, em sete municípios do Piauí, dos 12 selecionados, o Inquérito Nacional sobre Esquistossomose e Geo-helmintoses. O inquérito é uma orientação do Ministério da Saúde e deve ser realizado em todo o país, a partir dos comandos das secretarias de estado da Saúde e Educação. Nesta quarta-feira (27) aconteceu em Teresina uma reunião de avaliação dos trabalhos no estado.

Participaram da reunião o coordenador nacional do Inquérito Prof. Naftale Katz, da FIOCRUZ/MG, o coordenador da regional Nordeste II (MA,PI,PB,SE e BA) prof. Fernando Bezerra da UFC/CE e representantes do LACEN e Sesapi.

“Foi apresentado todo trabalho realizado e a realizar. Até o momento, dos 12 municípios selecionados para a realização do inquérito, sete foram concluídos e três estão em execução (Teresina, Batalha e São Félix do Piauí)”, disse Inácio Lima, coordenador de Vigilância em Saúde Ambiental.

Segundo o coordenador, a meta é realizar 6.002 exames de fezes na população escolar na faixa etária de 7 a 14 anos. “Já foram realizados 2.191 exames, correspondendo a 36,6% de cobertura. Os 9 municípios restantes estão com os trabalhos programados para os meses de agosto e setembro, quando devemos concluir o inquérito”, afirmou Inácio Lima.

O inquérito é demandado pelo Ministério da Saúde, sob a Coordenação da FIOCRUZ/MG e com abrangência em 542 municípios distribuídos nas 27 unidades da Federação. Do Piauí, 19 municípios foram selecionados para a pesquisa. Na área endêmica foram incluídas Pio IX e Picos. De áreas não endêmicas, estão as cidades de Teresina, Paulistana, Lagoinha do Piauí, São Miguel do Tapuio, Ilha Grande, Inhuma, Jerumenha, Piracuruca, São Feliz do Piauí, Miguel Alves, Altos, Wall Ferraz, Batalha, Bocaina, São João do Arraial, Luis Correia e Floriano.

O objetivo principal do inquérito é conhecer a prevalência da esquistossomose mansoni, ascaridíase, trichuríase e ancilostomíase no Brasil. O Piauí foi o primeiro estado brasileiro a dar início ao Inquérito Nacional sobre Esquistossomose e Geo-helmintoses.

A Esquistossomose e as Geo-helmintoses

A Esquistossomose mansoni é uma doença parasitária causada pelo trematódeo digenético Schistosoma mansoni, que tem o homem como principal hospedeiro. Trata-se de uma doença de veiculação hídrica, em que se faz necessária a presença do hospedeiro intermediário, caracterizado por caramujos do gênero Biomphalaria. A doença tem ampla distribuição geográfica, atingindo alguns países da América do Sul, inclusive o Brasil, onde vários estados são endêmicos.

As manifestações clínicas da Esquistossomose apresentam diversas formas, entretanto, suas características patogênicas envolvem alterações intestinais, hepáticas e esplênicas, onde a hepatoesplenomegalia torna-se um achado significativo. Tais manifestações podem evoluir para quadros mais graves e apresentar altos índices de morbidade e mortalidade, principalmente em indivíduos em fase produtiva.

As geo-helmintoses são parasitemias causadas por nematódeos que desenvolvem parte dos seus ciclos no ambiente e cuja transmissão depende da contaminação fecal do solo e de recursos hídricos. Neste grupo, destacam-se o Ascaris lumbricoides, Ancilostomídeos (Necator americanus e Ancylostoma duodenale) e o Trichuris trichiura.

As condições adequadas de temperatura e umidade, associadas à falta de saneamento básico, às condições precárias de higiene, ao tratamento inadequado da água e à educação sanitária insuficiente, constituem os fatores que favorecem a infecção e a alta carga parasitária que estes agentes promovem na população, principalmente em crianças e jovens advindos de famílias de baixo poder aquisitivo.

No Brasil, a doença é detectada em todas as regiõe. As áreas endêmicas e focais compreendem os Estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Espírito Santo e Minas Gerais, com predominância no Norte e Nordeste. No Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e no Distrito Federal, a transmissão é focal, não atingindo grandes áreas.

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