TJ nega pedido da defesa e ex-vice-prefeito de São Julião acusado de matar Emídio Reis irá a júri popular
O ex-vice-prefeito de São Julião, Francimar Pereira (PP), deve mesmo ser levado a júri popular pelo assassinato do ex-vereador Emídio Reis (PMDB). Nesta quarta-feira (4), o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) negou o pedido de despronúncia feito pela defesa do progressista. Após a derrota, o advogado do acusado afirmou que recorrerá ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
Com o pedido de despronúncia feito nesta quarta-feira ao Tribunal de Justiça, a defesa de Francimar Pereira tentava fazer com que o ex-vice-prefeito fosse julgado por um juiz – e não levado a júri popular, como deve acontecer. “Vamos ao STJ. Entraremos com um recurso especial para reparar a decisão do TJ. Para a defesa, essa decisão é nula porque invade a seara do Tribunal Popular do Júri”, argumentou o advogado Wendel Oliveira.
Francimar Pereira foi apontado pela Polícia como mandante do assassinato do ex-vereador Emídio Reis, ocorrido em São Julião, a 380 quilômetros de Teresina, em fevereiro de 2013. Ele teria pago R$ 15 mil a Joaquim Pereira Neto pela execução do crime. Segundo apurou a Polícia, a vítima foi baleada e enterrada viva em uma emboscada.
O crime teria motivação política, uma vez que Emídio havia entrado com uma ação na Justiça que poderia resultar na cassação do vice-prefeito Francimar Pereira e do prefeito Zé Neci. A denúncia apontava para compra de votos e abuso dos poderes político e econômico – em julho deste ano, a Justiça Eleitoral cassou os dois.
A defesa de Francimar Pereira alega que não há provas que ligam seu cliente ao crime. “Não tem qualquer indício de participação do Francimar no fato. A acusação, de maneira odiosa, o acusa sem provas. As ditas provas são da fase inquistorial, do inquérito policial, obtidas de maneira ilegal. No judiciário não houve qualquer comprovação. O inquérito é podre”, questionou Wendel Oliveira.
Enquanto aguarda um novo capítulo do seu processo, Francimar Pereira segue preso no Quartel da Polícia Militar em Picos, onde está detido desde março de 2013. Para seu advogado, a reclusão deve ter um ponto final em dezembro. “Vamos tentar um habeas corpus e acredito que ele estará solto antes do Natal, possivelmente no dia 19 de dezembro”, finalizou.
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