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UFPI suspende matrícula para o 2° período de 2012

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Campus da UFPi em Picos
Campus da UFPI em Picos - Foto: Arquivo

Após 27 dias de greve de professores, a Universidade Federal do Piauí suspendeu a matrícula do segundo período da instituição, cujo início estava previsto para agosto.

A Ufpi possui 12 mil alunos

O presidente do Sindicato dos Professores da Universidade Federal do Piauí (Adufpi), Mário Ângelo de Meneses Sousa, afirmou que a categoria decidiu, em assembleia realizada ontem, protocolar reivindicação à direção da instituição para suspensão imediata do calendário escolar em função de 95% dos 1.460 professores terem aderido à greve dos docentes das universidades federais. “Suspenso o calendário escolar, as aulas que foram ministradas a partir do dia 14 de maio não terão valor”, afirmou Mário Ângelo.

Por causa da decisão de alguns professores continuarem ministrando aulas após a greve, estudantes da Universidade Federal do Piauí ficam assistindo às aulas em horários não consecutivos e quando o restante dos professores voltarem ao trabalho irão para as aulas repostas e não terão férias.

Residente na cidade de José de Freitas, a 38 quilômetros de Teresina, Lorena Oliveira Neves, que faz o curso de Letras-Inglês, disse que não pode voltar para ficar com sua família durante a greve porque os professores de duas das setes disciplinas que cursa, os de Morfologia e Cultura dos Povos, resolveram continuar trabalhando para não ocorrer atraso em seus calendários acadêmicos.

“Eu assisto às aulas duas vezes por semana, mas como as outras cinco disciplinas em que estou matriculada não estão sendo ministradas, posso, mesmo assim, perder o ano letivo e nem posso voltar para minha cidade no período da greve”, declarou Lorena Oliveira Neves.

Muitos professores continuam dando aulas

Mário Ângelo afirmou que a maioria dos professores de pós-graduação da Universidade Federal do Piauí continua trabalhando. Graduada e com mestrado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro e com doutorado na Unicamp (Universidade de Campinas), a professora de Língua Portuguesa do curso de Letras da Universidade Federal do Piauí, Maria Angélica Freire de Carvalho, disse que os professores aderiram e estão bem integrados à greve.

Ela afirma que os professores querem a valorização da carreira, que diz respeito não apenas à questão salarial como também também à valorização da profissão sob o ponto de vista social.

“Temos uma defasagem salarial dos professores e não é de agora. Os professores têm muita dificuldade, se comparada a relação custo benefício do investimento na própria carreira. Temos que comprar livros, ir para congressos, investir em mais estudos, para investimentos em si mesmo, enquanto cidadão.

Está muito difícil, o professor precisa investir muita dedicação em sua carreira. Para se manter como profissional de qualidade, o professor precisa investir bastante.

Para você participar de um congresso, precisa pagar inscrição, ter tempo para estudar, um livro custa caro, os serviços de internet custam muito caro e ainda temos a vida. O salário do professor não condiz com o tempo de preparo para sua formação”, declarou Maria Angélica Freire.

Os salários dos professores da Universidade Federal do Piauí variam de R$ 1.500,00 por mês, por carga horária de 20 horas semanais, a R$ 7.600,00 para professor com doutorado, que estuda uma média de 24 anos até conseguir o título, e dedicação exclusiva.

Mário Ângelo diz que um inspetor da Polícia Rodoviária Federal, com formação de ensino médio, está ganhando R$ 9.900,00 por mês e os grevistas querem que os professores das federais com doutorado tenham salário igual aos doutores do quadro do Ministério da Ciência e Tecnologia, que é de R$ 10 mil por mês.

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