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Uma semana após a enxurrada, famílias de Picos enfrentam desafios para recomeçar

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Hoje, 21 de janeiro, completa-se uma semana desde a devastadora enxurrada que atingiu Picos. As marcas do desastre permanecem nas ruas e na memória das famílias afetadas. No bairro Belo Norte, seu Joveci Gonçalves (Joca) e sua família ainda tentam processar o impacto de terem perdido tudo. Durante a madrugada do desastre, sua casa foi invadida pela água, que atingiu mais de dois metros de altura, destruindo móveis, eletrodomésticos e até mesmo a cozinha que garantia uma renda extra para a família.

Imagem: Denilson Barbosa/TV Picos

Seu Joca relembra com emoção o momento em que percebeu o perigo iminente: “Acordei com um barulho forte, achei que fosse ladrão, mas a água já estava entrando pela janela. Foi Deus que nos salvou.” A família conseguiu escapar quando o portão cedeu, mas os danos materiais foram irreparáveis. João Pedro, filho do casal, afirma que tem medo de voltar para casa: “Pedi para meu pai não voltarmos para cá, é muito perigoso.”

Imagem: Denilson Barbosa/TV Picos

As perdas emocionais também são difíceis de lidar. Dona Deuselina lamenta a destruição de memórias guardadas no álbum de fotos da família. “Guardei fotos dos meus filhos com tanto carinho, mas a água levou tudo.”

Em outros bairros, como no São José e Paroquial, o cenário é igualmente desolador. Dona Zuleide ainda tenta limpar os destroços da casa onde vive há anos. Apesar do receio, ela deseja voltar ao lar: “Quero voltar, mas tenho medo de passar por tudo de novo. Não dá para viver para sempre dependendo dos outros.”

Imagem: Denilson Barbosa/TV Picos

Enquanto moradores enfrentam desafios para recomeçar, equipes de assistência continuam os trabalhos de limpeza e avaliação. A Prefeitura e a Defesa Civil têm monitorado as áreas de risco e planejado ações preventivas, mas para os moradores, o futuro ainda parece incerto. Seu Joca resume o sentimento de muitos: “Não sei como recomeçar. Perdi tudo que conquistei com tanto esforço. Estou muito abalado.”

Em meio a tantas dificuldades, a solidariedade se faz necessária para ajudar as famílias a reconstruírem suas vidas e superarem o trauma deixado pela enxurrada.

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