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Urologista esclarece verdades sobre sexualidade do homem na terceira idade

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E quando o homem atinge a terceira idade, quais os transtornos que podem surgir na  vida sexual? Quais os tratamentos? É diante destes e outros questionamentos que é dada continuidade a série de reportagens sobre saúde do homem. Sobre o assunto tão temido no universo masculino, o Portal RiachaoNet entrevistou o urologista Vilson Bezerra, que é formado em Urologia pelo Hospital das Clinicas de Minas Gerais, e atualmente estuda Urologia Minimamente Invasiva – Laparoscopia e Robótica no Hospital Sírio Libânes, em São Paulo. Confira a entrevista!

Urologista Vilson Bezerra - Foto: Arquivo Pessoal
Urologista Vilson Bezerra – Foto: Arquivo Pessoal

RiachaoNet: Falar de sexualidade do homem na terceira idade mexe com  a autoestima e o imaginário do público masculino. De que maneira estes problemas podem afetar a vida do casal?

Urologista Vilson Bezerra: Quando procuramos falar de sexualidade masculina nesta faixa etária, do ponto de vista urológico, abordamos principalmente os temas: disfunção erétil, ejaculação precoce e curvatura peniana (doença de Peyronie). Falar sobre estes problemas ainda gera bastante incômodo em muitos homens. Vergonha, mitos, preconceitos, desinteresse ou, em alguns casos, por considerar um processo normal e esperado com o envelhecimento acabam gerando uma baixa procura para investigação e tratamento especializados.  Apesar dos distúrbios sexuais do homem serem um problema individual, os transtornos acabam por estender ao casal. Portanto, a participação da parceira no processo é fundamental, repassando confiança ao parceiro e entrega mútua.

RiachaoNet: Algo comum entre os homens é a disfunção erétil. Quais os fatores de risco?

Urologista Vilson Bezerra: A disfunção erétil (DE) é definida como a incapacidade persistente de obter e manter a ereção para uma performance sexual satisfatória. Evidências crescentes apontam que a DE pode indicar uma manifestação precoce de doença coronariana ou doença vascular periférica. Estima-se uma prevalência entre 1 a 10% entre homens com menos de 40 anos e 30% em homens com mais de 50 anos.

Os fatores de risco para a doença incluem, além da idade; diabetes, dislipidemia (colesterol alto), tabagismo, obesidade, doença cardiovascular, transtornos psicológicos como a depressão e alguns tipos de medicamentos. O diagnóstico é feito através da história clinica e exames complementares solicitados pelo urologista.

RiachaoNet: E quais as formas de tratamentos para a disfunção erétil?

Urologista Vilson Bezerra: Atualmente, os tratamentos visam: a reversão de possíveis causas, medicações orais (primeira escolha), injetáveis (segunda escolha) e, na falha destas, orienta-se o procedimento cirúrgico com colocação de prótese peniana (terceira escolha). Portanto, a disfunção trata-se de problema bastante comum, mas que com acompanhamento especializado tem um sucesso terapêutico satisfatório.

RiachaoNet: Outro problema bastante temido entre os homens é a ejaculação precoce. Quais seriam as causas e a proporcionalidade de casos?

Urologista Vilson Bezerra: A ejaculação precoce é comum.  Define-se como uma ejaculação rápida e, com isso, causando insatisfação ao casal. Pode ocorrer antes, durante ou logo após a penetração, em até 1 minuto. Estudos apontam uma prevalência de 30% (18-29 anos) e 55% (50-59 anos).

Os fatores causadores são ansiedade, hiperestimulação, uso de drogas e disfunção erétil (DE). No caso da DE o paciente acaba por desenvolver uma ansiedade em ejacular rapidamente por receio de perder rigidez durante o ato. O tratamento consiste basicamente em medicações visando o controle da ansiedade e psicoterapia.

RiachaoNet: Em se tratando da curvatura peniana como tratá-la?

Urologista Vilson Bezerra: Por fim, existe a curvatura peniana, que pode ser congênita, portanto, desde o nascimento ou na idade adulta, quando é denominada doença de Peyronie.  Na fase adulta, ocorre principalmente por volta dos 50 anos. Estima-se que possa acometer até 9% desta população.  O diagnóstico inicialmente é clinico em que o paciente relata tortuosidade peniana às ereções, por vezes dolorosas, podendo em alguns casos impedir a penetração adequada devido à angulação excessiva.

Os tratamentos englobam medicações orais, injetáveis e até mesmo correção através de cirurgia após estabilização da angulação.

 

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