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Vestibular em Picos foi alvo de quadrilha que fraudava vestibulares de medicina

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[ad#336×280]As quadrilhas especializadas em fraudar vestibulares de medicina agiram pelo menos uma vez no Piauí. Investigações da Polícia Federal mostram que o centro universitário UniNovafapi (antiga Novafapi) esteve no alvo dos criminosos.

O nome da instituição piauiense e de outras 50 universidades, centros universitários e faculdades constam em uma lista divulgada pela PF.

A cúpula responsável pelas investigações da Operação Calouros, deflagrada quarta-feira (12), não revela o período nem se a fraude foi consolidado. Entretanto, a imprensa de Picos (PI) registrou uma tentativa de golpe durante a aplicação de provas da UniNovafapi no município. O caso aconteceu em novembro do ano passado.

Fiscais flagraram o estudante Tiago Ravenno Lima de Sousa, 21 anos, com um aparelho celular entre as pernas. Ele concorria a uma vaga no curso de medicina da instituição. Segundo matéria publicada pelo portal Riachao Net, o jovem lia uma mensagem de texto com o gabarito da prova.

Os fiscais resolveram então vistoriar os demais candidatos, quando encontraram um segundo celular. O aparelho estava com Maria dos Santos. A jovem acessava uma mensagem de texto similar à de Tiago, mas o conteúdo estava codificado em números.

A organização do vestibular acionou a Polícia Militar, que encaminhou os estudantes para a Central de Flagrantes da Polícia Civil de Picos. Eles relataram que os gabaritos haviam sido obtidos a partir de um site de relacionamentos que oferecia as repostas da prova. O gabarito custaria R$ 20 mil a Tiago e R$ 30 mil a Maria dos Santos.

Os dois candidatos também afirmaram à polícia que o intermediário solicitou os números de documentos pessoais, da inscrição no vestibular e o número do telefone celular de ambos. O pagamento pelas respostas seria repassado através de depósito em conta, após confirmada a a aprovação no vestibular.

Tiago Ravenno é natural da Bahia e Maria Santos do Maranhão. A cidade de Picos foi indicada pelo negociante da quadrilha como o local ideal para a realização das provas. As falhas na segurança do local de aplicação dos testes favoreceriam a ação do grupo.

O portalODIA.com entrou em contato com a UniNovafapi. Através da assessoria de imprensa, a instituição informou que vai acompanhar as investigações da PF e contribuir com o que for necessário para coibir as ações das quadrilhas.

Prisões

Segundo a Polícia Federal, 51 pessoas foram presas em vários estados do Brasil e no Distrito Federal suspeitas de participar de quadrilhas que fraudavam vestibulares de medicina em faculdades do país. Do total de prisões até agora, 18 foram em Goiás; 9 em Minas Gerais; 5 no Rio de Janeiro; 5 em São Paulo; 4 no Distrito Federal; 4 no Rio Grande do Sul; 3 no Tocantis; 2 no Espírito Santo e 1 no Acre.

A polícia vai indiciar os estudantes que recorreram às quadrilhas para conseguir ingressar no curso de medicina. O foco nos alunos, no entanto, fica para a segunda fase da operação, após encerrada a investigação sobre os membros da quadrilha.

Esquema

Os grupos agiam em duas frentes. Em uma delas, pessoas com documentos falsos faziam as provas no lugar dos candidatos inscritos. Já na mais sofisticada, os gabaritos das provas eram distribuídos por meio eletrônico aos alunos. A primeira opção custava entre R$ 45 mil e R$ 80 mil e a outra variava entre R$ 25 mil a R$ 40 mil.

Na hierarquia das organizações havia a figura dos “pilotos”, responsáveis por fazer as provas no lugar dos candidatos ou responder às questões rapidamente para enviá-las. Geralmente alunos de medicina de instituições federais atuavam nessa função. Eles ganhavam cerca de R$ 10 mil por gabarito feito ou R$ 5 mil por candidato aprovado. Existiam também os “corretores”, que “vendiam” a oferta de fraudes ao vestibulando. Muitos eram profissionais da área de saúde.

Com informações do Portalodia

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