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Vigilância Sanitária manda apreender remédio que teria causado morte de estudante

A decisão é tomada três dias após a jovem Luana Raquel Eufrásio, de 23 anos, morrer depois de sofrer um ataque cardíaco em Oeiras.

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A Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado (DIVISA) determinou que as Vigilâncias Sanitárias Municipais realizem procedimentos de apreensão e inutilização dos produtos “Redufite” ou “Redufite Gold” em todo Piauí.

A decisão é tomada três dias após a jovem Luana Raquel Eufrásio, de 23 anos, morrer depois de sofrer um ataque cardíaco em Oeiras. A família da jovem acredita que a parada tenha sido provocada por um remédio para emagrecer que ela vinha tomando há cerca de seis dias.

“Ela comprou o remédio e dizia que não conseguia nem comer, nem beber água. Sempre com a barriga cheia sem espaço para mais nada. Foi aí que ela parou de ir ao banheiro, de se alimentar e o rim dela parou. Ela chegou a tomar o remédio por cerca de seis dias”, explica Joice Madeira, prima da estudante.

Após a morte da jovem, a Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado tomou providências para recolhimento do produto e está intensificando fiscalização nos municípios. A diretora da Vigilância Sanitária do Piauí, Tatiana Chaves, em entrevista ao Jornal do Piauí, nesta quarta-feira (07), que “essa é uma oportunidade de estar esclarecendo à população sobre o uso indevido de algum produto, seja ele medicação, cosmético ou alimento”.

“Esse produto não tem registro junto a ANVISA. O produto para ser comercializado, fabricado, manipulado, distribuído e divulgado precisa ter esse registro. O Redufite não tem registro, não pode ser comercializado em hipótese nenhuma. É ilegal produto sem registro e inclusive é tipificado no artigo 273 do Código Penal como crime”, disse a diretora.

“Assim que tomamos conhecimento desse caso, nós enviamos um ofício circular para os municípios para que essa investigação fosse realizada, bem como a Anvisa, Polícia Civil e aos Conselhos de Classe”, ressaltou Tatiana Chaves.

Em Teresina, até o momento, não foi encontrado nenhum produto da marca referente, embora, após buscas realizadas pela equipe técnica da DIVISA, foram identificadas publicidade e divulgação em estabelecimentos da capital por meio eletrônico.

“Nós fizemos ainda inspeções em algumas clínicas de estética e outros estabelecimentos, mas não foi encontrada a comercialização do produto. Nós estamos também acompanhando as ações que estão sendo realizadas pelas Visas municipais no interior”, acrescentou a diretora.

Questionada sobre os efeitos relatados pela vítima em áudio divulgado nas redes sociais, como  desmaios, angustias e eventual parada cardíaca, a diretora respondeu que todo medicamento passa por estudos pré-clínicos e clínicos para a sua segurança e qualidade.

“Quando o produto não tem registro, a gente jamais pode avaliar qualquer situação dessas porque ele não passou por nenhum dessas fases. Na clandestinidade desse produto. Se você também me perguntar sobre a fórmula, eu também não saberei responder porque ele oficialmente não existe para nós órgãos de Vigilância Sanitária”.

Tatiana relatou que um ofício foi enviado à Polícia Civil para iniciar um inquérito policial sobre a morte.

” Nós fazemos a parte administrativa até o momento em que a gente identifica esses fatos, se é falso ou não, se existe ou não, e partir daí é uma condução policial porque foge da nossa competência o inquérito”.

A diretora pede que as pessoas que tomaram esse tipo de medicamentos levem o produto até a sede da Divisa e informem sobre os sintomas.

Medida nacional

Em agosto deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) divulgou a Resolução Especifica Nº: 02258/2018, proibindo a fabricação, distribuição, divulgação, comercialização, apreensão e inutilização em todo o território nacional das unidades do produto.

 A medida foi tomada após a comprovação da comercialização do medicamento sem registro, notificação ou cadastro na Anvisa em sítios eletrônicos. “É importante ressaltar para a população que os produtos sem o registro da Anvisa não oferecem segurança e nem garantem a eficácia que é exigida para produtos sob segurança sanitária. Sendo assim, esses produtos representam um alto risco de danos e ameaça a saúde da população”, alertou Tatiana Chaves.

Ainda de acordo com a diretora, o consumidor precisa ficar atento às informações contidas no rótulo dos produtos. “Além disso, nós orientamos que em caso de dúvidas sobre um determinado produto ou medicamento, que a população faça busca frequente nos sites da Anvisa e da Vigilância Sanitária.  Lá, são publicados diariamente os produtos irregulares, como medicamentos e cosméticos, através de Resoluções Especificas para cada produto”.

Empresa Redufite nega

A Formafarma, responsável pela fabricação do Redufite, através do Serviço de Atendimento ao Consumidor, informa que tomou conhecimento da morte da jovem piauiense, mas nega que o medicamento tomado por ela seja o mesmo que a empresa comercializa.

A empresa defende que o remédio ingerido por Luana Raquel Eufrásio era um produto clandestino. “Nosso Redufite é Redufite XTreme, que é registrado no Ministério da Saúde e aprovado pela Anvisa e totalmente diferente deste outro Redufite. O Redufite Xtreme comercializado em nosso site é um produto totalmente seguro e não provoca alterações nos batimentos cardíacos. A fórmula do Redufite Xtreme é formada pelo óleo de cártamo e óleo de chia, fórmula utilizada por diversas marcas”, afirma.

A empresa ressalta, ainda, que não tem revendedores autorizados. “Não vendemos o produto no atacado. Se é uma revendedora autorizada, certamente não é autorizada por nós”, esclarece.

Fonte: Cidade Verde

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