
[ad#336×280]A Polícia Civil do Piauí investiga uma quadrilha que atua em nome de agiotas no Sul do Estado. Há denúncias de vários políticos eleitos e não eleitos que se endividaram com agiotas para fazer campanha e estavam sendo cobrados, mas não têm dinheiro para pagar. O assassinato do ex-vereador e candidato a prefeito de São Julião, Emídio Reis (PMDB), seria um recado da quadrilha para os demais políticos devedores.
O corpo de Emídio Reis, que estava desaparecido desde a semana passada, foi encontrado ontem numa área de difícil acesso há 40 quilômetros de Picos. O delegado geral da Polícia Civil, James Guerra, confirmou investigações na região Centro-Sul do Piauí, mas evita falar detalhes, alegando sigilo de Justiça e que pode atrapalhar as investigações. No caso de Emídio Reis, encontrado numa cova rasa entre os municípios de Picos e Pio IX, ele confirmou que a Polícia está ouvindo testemunhas.
Para comprovar a natureza da investigação, foi pedido a quebra de sigilo telefônico do ex-vereador. “A Polícia investiga crime por encomenda. Vários fatores favorecem as investigações. A investigação está sendo bem conduzida”, comentou o delegado geral.
James Guerra reconheceu que a morte de Emídio Reis e a forma como foi encontrado não é algo ocasional. É uma execução e crime por encomenda. No entanto, vários outros políticos, de vereador a prefeito, eleitos e não eleitos, estão devendo a agiotas na região e não estão pagando as dívidas. Para a Polícia, a morte de Emídio seria um recado para os demais.
ESPECIALIZADA – No final do ano passado, a Polícia Civil desbaratou uma quadrilha que atuava com agiotagem, emprestando dinheiro a juros e recebendo em garantia cartões de créditos, cartões do Bolsa Família e cartão de benefício de aposentados. Foram apreendidos R$ 30 mil em dinheiro, 500 cartões, cheques e equipamentos de informática. Cinco pessoas foram detidas por agiotagem, retenção de cartão e formação de quadrilha.
Jornal Diário do Povo