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Distribuidoras retém combustíveis, preços aumentam e podem chegar a R$ 6 no Piauí

O OitoMeia buscou respostas para o reajuste que, em poucos dias, fez com a gasolina saísse da média de R$ 4,89 para mais de R$ 5,20 na capital e as respostas não são animadoras

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Motoristas e motociclistas já estão sentindo o peso no bolso o aumento no valor da gasolina em Teresina e várias regiões do Piauí. O OitoMeia buscou respostas para o reajuste que, em poucos dias, fez com a gasolina saísse da média de R$ 4,89 para mais de R$ 5,20 na capital e as respostas não são animadoras.

Segundo o Sindicato dos Postos Revendedores de Combustíveis do Estado do Piauí (Sindipostos-PI), o que acontece é que o estado passa por um risco iminente de desabastecimento de combustíveis, o que acarretou a um aumento no valor de compra. E pior, a situação pode ficar ainda mais agravada com o possível retorno da tributação federal nos combustíveis, que deve acontecer no primeiro dia de março.

Em conversa com o presidente do Sindipostos-PI, Alexandre Valença, o OitoMeia foi informado que os postos de combustíveis não estão conseguindo fazer um grande estoque dos produtos, devido dificuldades impostas pelas distribuidoras visando um aumento de preços.

“As distribuidoras simplesmente estão dizendo pra gente: ‘Eu não tenho produto, estou com dificuldade’. Eu não posso dizer que isso não é verdade, mas eu desconfio que não seja. A verdade é que nós estamos sem conseguir repor o estoque. Nos nossos estoques, vamos dizer assim, estamos com as bombas na reserva e a gente não consegue comprar porque as distribuidoras dizem que não tem o produto”, relata Valença.

Alexandre Valença, presidente dos Sindipostos do Piauí (Foto: Divulgação)

“Em consequência, eu acredito que alguns postos vão ficar sem combustível. Isso, no entanto, não significa que a população vai ficar sem combustível, pois se no posto A não tiver, no posto B vai ter”, disse o presidente do Sindipostos. 

GASOLINA PODE CHEGAR A R$ 6,00

Com os problemas de estoque e com um aumento de preço ‘batendo na porta’, a expectativa é de que o valor da gasolina no Piauí chegue aos R$ 6, ou bem próximo disso, já que a previsão de aumento é de R$ 0,70.

Para Alexandre Valença, a situação do desabastecimento e posteriormente a do valor deve se normalizar “milagrosamente”, no dia 1º de março, com as distribuidoras voltando a garantir o produto para os postos, mas com um valor já acima do atual.

“Dia 1º ‘milagrosamente’ tudo vai voltar ao normal e vai regularizar esse desabastecimento. A distribuidora retém o produto, o produto fica escasso e aí é lei de oferta e procura. Escassez de produto significa aumento de preço”, disse.

“Além do mais que há cerca de duas ou três semanas atrás as distribuidoras estão aumentando o preço dos produtos. Elas não querem vender, essa é a verdade”, relatou Alexandre Valença.

PROCON-PI É ACIONADO

Alexandre Valença relatou ao OitoMeia que o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PI) foi acionado para investigar o que está ocorrendo com as distribuidoras e se realmente há falta de combustíveis nelas.

“A gente foi no Procon-PI e pediu providências. A situação é que os donos de postos estão numa ‘sinuca’. O que a gente vai fazer? Os consumidores estão indo pros postos e a gente não consegue repor o nosso estoque”, disse.

O Procon-PI, por sua vez, confirmou ao OitoMeia que foi procurado pelo Sindipostos e disse que estará realizando fiscalizações nas distribuidores de combustíveis do Piauí.

“Nós recebemos a denúncia do Sindipostos e estamos buscando a expertise dos órgãos reguladores, como a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e a Agência Nacional de Petróleo (ANP), para irmos até essas distribuidoras para verificar in loco o estoque”, disse o chefe de fiscalização Arimateia Leão.

Fiscalização do Procon-PI (Foto: Divulgação / Procon-PI)

“Pela denúncia recebida, essas distribuidoras estariam retendo os combustíveis até o final do mês para poder vender já com um valor maior após a desoneração dos impostos federais. Isso é uma prática abusiva. Eles não podem deixar de atender os postos. Durante esta semana estaremos realizando esse trabalho de fiscalização”, disse Leão. 

REUNIÃO FEDERAL

Nesta segunda-feira (27/02), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá um encontro de alinhamento econômico com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para discutirem acerca da tributação federal sobre os combustíveis.

Um projeto de lei complementar, aprovado pelo Congresso em junho do ano passado, zerou até o dia 31 de dezembro de 2022, as alíquotas de Cide-Combustíveis e a tributação de Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre a gasolina (1,65%) e etanol (7,6%).

Já no início deste ano, o governo Lula decidiu por prorrogar as desonerações pelo prazo de 60 dias, sendo finalizado no final de fevereiro.

A expectativa é que na reunião sejam discutidas, além da desoneração dos impostos federais, uma possível alteração na política de preços da Petrobras. Com isso o Governo Federal pretende ter medidas alternativas para evitar que os consumidores tenham que pagar mais caro para abastecer seus veículos.

Fonte: Ezequiel Araujo/OitoMeia

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