As chuvas que caíram no primeiro mês de 2015 ainda não foram o suficiente para equilibrar a produção de mel na região de Picos. A inconstância no fluxo de chuvas já preocupa os apicultores que temem prejuízos. A produção de mel que vem de um aumento considerável desde 2013, ainda não alcançou toda a sua capacidade produtiva.
De acordo com o presidente da Casa Apis, Antonio Leopoldino Dantas Filho, “o Sitonho” a florada para se produzir o mel vai desde janeiro a maio, mas devido ao atraso das chuvas os apicultores já estão preocupados. “Estamos sim produzindo mel. A nossa única incerteza é com as chuvas que são inconstantes. Os apicultores começam a se preocupar em meio a estes quatro anos de seca, pois as chuvas ainda não voltaram à sua normalidade, uma situação que tem prejudicado o desenvolvimento da florada e dos enxames”, afirmou o presidente da Casa Apis.
Sitonho assegura que a qualidade do mel não é prejudicada em decorrência dos quatro anos de estiagem, pois os apicultores participam de diversas capacitações, recebem certificações orgânicas primando pela excelência do produto, aquisição de novos equipamentos, e ainda há o desenvolvimento de tecnologias para a convivência com as mudanças climáticas.
O Piauí representa quase 50% da produção de mel no país. As exportações de mel em 2014 aumentaram 96,79%, em relação a 2013, totalizando US$ 44,9 milhões. Os dados são Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel). Em termos de volume, o aumento nas exportações foi de 68,32%, equivalente a 11.917 toneladas.
A solução
O projeto da migração das abelhas para outros Estados tem se mostrado uma alternativa satisfatória para o problema. A produção em 2014 dobrou se comparado ao ano de 2014, onde se produziu 400 toneladas de mel.
“A migração das abelhas para outros Estados a exemplo do Maranhão tem permitido que o ciclo normal de produção se mantenha. No entanto, para aqueles que permanecem no Piauí a gente está procurando desenvolver outras técnicas, como o reflorestamento com espécies de plantas nativas da região que afloram no período da estiagem independente da ocorrência de chuvas”, explica Sitonho.