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Por que você não deve migrar para o Windows 8

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No Windows 8, aplicativos rodam sempre em tela cheia
No Windows 8, aplicativos rodam sempre em tela cheia

O Windows 8 polariza opiniões. Alguns acham que ele é um passo rumo ao futuro, outros acreditam que a Microsoft está cometendo um tremendo engano. Nesta série de artigos dois de nossos colunistas nos EUA, Loyd Case e Lincoln Spector, defendem seus pontos de vista pró e contra o novo sistema. Continuamos com Lincoln, que não está muito disposto a migrar tão cedo.

Estou escrevendo isso em uma janela do Microsoft Word 2010 que ocupa menos que a metade da minha tela. Também estão visíveis duas janelas do Chrome – uma delas com a minha Inbox e outra com páginas relevantes a este artigo – e o Windows Media Player, que me informa que estou ouvindo a Sétima Sinfonia de Beethoven. Posso chegar facilmente a qualquer programa instalado com alguns poucos cliques no mouse.

A tela Iniciar no Windows 8
A tela Iniciar no Windows 8

Só por aí você já pode imaginar que não estou usando o Windows 8. Tenho uma cópia dele instalada em um outro PC para fins de teste, mas no PC onde faço meu trabalho, preciso de um sistema operacional poderoso e versátil que me deixe organizar os programas e janelas da forma que eu achar melhor. O Windows 7 se qualifica, o Windows 8 não.

Um Windows sem janelas

Será que alguém na Microsoft sabe que o Windows tem esse nome porque tem janelas (windows, em inglês)? Este fato aparentemente óbvio nos leva de volta a um tempo antes dos gênios de Redmond decidirem nos restringir com a “interface anteriormente conhecida como Metro” (que vou abreviar como “IACCM”). O Windows 8 não tem janelas, os programas rodam em tela cheia. Na melhor das hipóteses é possível rodar dois deles lado-a-lado, mas mesmo isso é impossível se a resolução horizontal de seu monitor for menor do que 1367 pixels.

Mas a falta de janelas propriamente ditas não é a pior das falhas da IACCM. Você ainda pode organizar a tela Iniciar arrastando seus aplicativos de produtividade, de multimídia e utilitários em grupos separados, mas não é possível organizá-los hierarquicamente, como as pastas em seu HD ou submenus no velho Menu Iniciar. Em vez disso, você é obrigado a aceitar um arranjo onde tudo está visível de uma vez só.

Podaram o desktop

O Windows 8 ainda tem a velha interface, oficialmente chamada apenas de Desktop, mas em uma forma severamente limitada. Não é possível usá-lo como a interface padrão do sistema (não sem alguns truques), nem sequer desligar o computador a partir dele. Por outro lado, você pode gerenciar seus arquivos no Desktop. Na verdade deve, porque não há um equivalente do Windows Explorer na IACCM.

Pior ainda, a Microsoft removeu o Menu Iniciar, e o substituiu por uma versão severamente reduzida que chama de “simplified start” (Iniciar simplificado). Apresentado no Windows 95, ao longo de 17 anos o Menu Iniciar evoluiu até se tornar uma obra prima da conveniência.

Pense em tudo o que você pode fazer no Menu Iniciar no Windows 7. Você pode até mesmo fixar atalhos para os programas mais usados em seu topo, mas nem precisa fazer isso porque eles irão para lá automaticamente. E cada atalho para um programa contém um submenu com uma lista dos arquivos recentemente usados com ele.

Dois sistemas, pouca coisa em comum

Para deixar as coisas ainda piores, as duas interfaces não se entendem muito bem. Alternar de uma para a outra é simplesmente loucura.

O Windows 8 inclui duas versões do Internet Explorer, uma para cada ambiente, mas elas não funcionam muito bem em conjunto. Quando você marca um site como favorito na versão Desktop, por exemplo, ele aparecerá apenas nela. E se você criar um favorito na versão “Moderna”, ele também aparecerá apenas na versão Desktop. A versão moderna não tem o conceito de favoritos, mas é possível “prender” uma página à tela Inicial, o que aumenta a confusão em um local já superlotado.

Poderia ter sido melhor…

A Microsoft errou completamente a mão aqui. Não precisamos de uma mistura confusa de aplicativos Desktop e “Modernos”. Precisamos de um sistema que seja capaz de mudar sua interface quando mudamos o hardware. Ele deveria ser configurável, e o usuário deveria ser livre para decidir qual o critério para causar a mudança. Ou a menos ter a opção de escolher a interface que mais lhe agrada.

Mas a Microsoft não escolheu este caminho. Então vou ficar com o Windows 7 enquanto puder, e esperar que a empresa corrija todos os problemas no Windows 9 (ou melhor ainda, no Windows 8 SP1). E se a Microsoft não fizer isso? Bem, é pra isso que temos o Mac OS X e o Linux. Com informações de Lincoln Spector, PCWorld EUA

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