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Qual a cara do seu bairro? Conheça a história e problemas no Parque de Exposição

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[ad#336×280]O Portal RiachaoNet inicia a partir desta semana uma série de matérias, “Qual a cara do seu bairro? ” que revela a situação dos bairros picoenses, bem como suas respectivas histórias, numa forma de dar voz à comunidade. As matérias foram produzidas por estudantes do Curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Piauí – UESPI, de Picos.

O primeiro bairro a abrir a série é o Parque de Exposição, que apesar dos problemas de infraestrutura e do estigma de ser um local violento, demonstra um ambiente que está no curso do desenvolvimento. A cara do passado não mais reflete o presente. Conheça o Parque de Exposição! 

Pressupostos históricos do Parque de Exposição

O bairro Parque de Exposição segundo relata seus moradores teve o início de seu povoamento a parir da doação de terrenos feitos pela Prefeitura Municipal de Picos, terrenos estes que eram da União e que foram doados para aquelas pessoas que se caracterizavam de baixa renda.

Entrada do bairro Parque de Exposição - Foto: Reprodução/ Valtânia Barros
Entrada do bairro Parque de Exposição – Foto: Reprodução/ Valtânia Barros

Nestas condições, a pessoa que comprovasse baixa renda teria um espaço no bairro morar. A prefeitura de Picos denominava a área por cada morador a ser ocupada, onde cada terreno doado possuía 5m por 20m de extensão.

Na década de 1980, começo do povoamento, o bairro era formado por poucos moradores, com a presença ainda de pequenas moradias, um lugar onde não havia ruas formadas em sua estrutura de urbanização, apenas veredas cobertas por muito mato, onde essas veredas foram a base para a formação das ruas.

“O começo foi difícil”

Inicialmente os moradores que residiam no bairro possuíam uma vida simples regada à produção agrícola. A economia do bairro era baseada no trabalho que os moradores realizavam em plantações que ficavam situadas aos arredores do município e dentro do próprio bairro.

De acordo com os moradores, o bairro ainda se encontrava sem água canalizada, onde os moradores buscavam água em baldes, garrafas, latas em locais próximos como o parque de vaquejada, no espaço onde hoje está localizada a Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros.

Com o desenvolvimento urbano da cidade de Picos, já por volta do final da década 1990, começaram a tornar conhecido os atos de violência no bairro Parque de Exposição. Estes atos começaram a aparecer depois das construções “das casinhas”, onde constantemente novos moradores também chegaram ao bairro e junto a eles pessoas que vinham de outros locais da cidade.

As pessoas se reuniam para praticar atos de violência dentro do bairro, como assaltos a pedestres, roubos às casas, além de brigas entre o respectivo grupo e até mesmo ocasionando mortes. Mas agora com o passar dos anos a realidade que se tem hoje  é outra, o Parque de Exposição já se encontra com novas casas, prédios novos, padaria, colégio, igrejas, obras de saneamento básico em andamento, Hospital Dia, casa de apoio do Hospital Dia, Casa Aliança, Parque de festas, cemitério, clube BNB, e mais algumas mudanças.

O desenvolvimento com a construção civil e os problemas gerados

Para os moradores do bairro Parque de Exposição, que não quiseram ser identificados, o crescimento da construção civil no local é algo que tem trazido saldos positivos e negativos. Os pontos positivos é que se tem gerado renda e trabalho para as pessoas que residem no Parque de Exposição, porém outros problemas tem aparecido como a poeira, falta de calçamento.

Construção civil está a todo vapor no bairro - Foto: Valtânia Barros
Construção civil está a todo vapor no bairro – Foto: Valtânia Barros

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“A prefeitura estar vendo ainda essa questão, mas a verdade é que a obra do saneamento básico tem provocado transtornos à população, pois por onde tem passado a buraqueira é o que se vê depois. Esperamos que com o calçamento este problema possa ser solucionado”, disse o morador.

Esgoto a céu aberto - Foto: Valtânia Moura
Esgoto a céu aberto – Foto: Valtânia Barros
Rua sem asfalto - Foto: Valtânia Barros
Rua sem asfalto – Foto: Valtânia Barros

A saúde no bairro…

O Hospital Dia de Picos, situado no Parque de Exposição foi fundado no dia 26 de julho de 1997,  e consiste num serviço de semi-internação público municipal vinculado ao SUS, destinado à demanda psicossocial com sofrimento psíquico e/ou necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas, apesar da existência do CAPS AD II de Picos.

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Por conta da sua localização, próxima aos principais entroncamentos rodoviários, assiste à usuários e cuidadores de diversos municípios deste e doutros estados.  Atualmente, são mais de 42 (quarenta e dois) municípios que se beneficiam deste serviço de semi-internação que funciona de segunda-feira à sexta-feira, das 07h às 16h. Realiza consultas ambulatoriais, duas vezes por semana e semi-internações psiquiátricas com duração média de 30 dias, entretanto, o usuário acolhido necessita está fora da fase aguda para permanecer no serviço. Quando recebido em crise, o mesmo foi logo encaminhado para serviço de urgência e emergência especializado. Frequentemente, para o Hospital Regional Justino Luz.

O Serviço atua em conformidade Política Nacional de Saúde Mental vigente respeitando a Reforma Psiquiátrica e a cidadania do usuário e de seu cuidador. Conta, ainda, com 01 (uma) casa de apoio destinada a acolher usuários e seus familiares de outros municípios que não dispõe de local para pernoitar, localizada nas proximidades do Hospital Dia de Picos.

O projeto terapêutico do Hospital Dia fundamenta-se na concepção de que o serviço, além de atuar terapeuticamente no enfrentamento da crise vivenciada pelo usuário, deve promover ao longo da sua estadia no Hospital, um conjunto de atividades voltadas para promoção da melhoria das condições de saúde física e psicológica, facilitando dessa forma sua reinserção social e a efetiva participação, envolvimento e responsabilização do núcleo familiar no seu processo de recuperação e reintegração às rotinas do cotidiano, fortalecendo outros assim sua capacidade para enfrentamento e resolução de problemas.

Educação

A escola Centro Educacional Maria Gil de Medeiros que fica localizada no bairro Parque de Exposição, resultou de um projeto do governo federal para atender as crianças e adolescentes carentes, onde antes funcionava o Centro de Apoio Integrado a Crianças e Adolescentes – CAIC, em homenagem ao escritor Fontes Ibiapina. Antes da municipalização da escola funcionava o SESI durante onze anos, no qual é uma escola em que estudantes pagam para estudar, mas que recebem uma ajuda do governo e das indústrias.

 

Escola Maria Gil de Medeiros, antigo Sesi - Foto: Valtânia Barros
Escola Maria Gil de Medeiros, antigo Sesi – Foto: Valtânia Barros

Segundo o diretor da escola Daniel de Moura Lopes, quando houver a municipalização da escola grandes problemas surgiram porque várias entidades queriam o prédio, assim como a prefeitura e o próprio Sesi. “Devido esse problema os alunos da escola foi que sofreram as consequências com a falta de estrutura e de equipamentos provocadas com a saida do  Sesi do prédio”, afirmou o diretor.

A secretária da escola, Francisca Maria, dona de uma das escolas que passou a funcionar no prédio como a creche Aliança, ressalta que os mesmos se viram obrigados a fechar as portas porque não estavam conseguindo se manter e que não tinha nenhuma ajuda e porque na maioria das vezes não se dispunha de espaço suficiente para atender a quantidade de alunos, entre eles, várias escolas pequenas tanto do município quanto da rede privada vinheram para o Caic.

O diretor acrescentou ainda que a, escola era para ser modelo para outras durante esses dois anos de funcionamento no prédio, mas que infelizmente não é. “Com a saida do Sesi a escola se encontra hoje sem central  de ar e até mesmo sem ventilador, sendo que as carteiras para os estudantes foram doadas pela Universidade Federal e pelo estado”, disse Daniel Lopes.

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Atualmente a escola abriga 630 alunos além de 70 funcionários, sendo em média 300 estudantes pelo turno da manhã e 300 alunos à tarde. O número é inferior à noite, onde o quadro é de apenas 30 alunos.

A escola conta ainda com uma quadra que é utilizada para as aulas práticas do curso de Educação Física da Uespi, pela Universidade Federal do Piauí,  sendo de grande utilidade para a comunidade do bairro e de todos que as utilizam. Daniel Lopes enfatizou ainda que o objetivo da escola é trabalhar com a gestão humana e de fazer acontecer o aprendizado. “As vezes tem aluno do sexto e sétimo ano que não sabe nem ler e nem para ele  escrever, mas nem por isso desistimos dele, pelo contrário ai que lutamos  para ele aprender.

Projetos sociais presentes no bairro

A Casa Aliança é um projeto de caráter educativo e sociocultural desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Comunitário Construindo Alianças, ou simplesmente Associação Aliança, a instituição fica localizada no Bairro Parque de Exposição, um dos mais carentes da cidade de Picos – Piauí.

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Fundada em julho de 1998, a Associação Aliança foi idealizada por missionários, padres e leigos vindos da Diocese de Piacenza – Itália. Sem fins lucrativos o órgão tem colaborado na promoção humana, comunitária e até material de muitas famílias, através de diversos projetos empreendidos desde a sua fundação.

No início das ações desenvolvidas pela associação foi fundado o projeto “Direito de Brinca”, criado pela missionária italiana, Daniela Marchi. Observando a necessidade que as crianças da comunidade tinham de um espaço para brincar, além da oportunidade de ocuparem seu tempo livre com atividades salutares, a missionária, pensou num projeto que pudesse, de forma preventiva, atender as crianças de modo que não estivessem sujeitos às mazelas de uma vida marginalizada.

Com a ajuda de alguns colaboradores iniciaram, num espaço próprio da Paróquia São Francisco de Assis, atividades lúdicas e educativas que viessem a promover um pouco mais a vida das crianças e, ainda que indiretamente, de suas famílias.

Com o aumento da demanda das crianças do bairro, o projeto haveria de ganhar uma maior dimensão física e ideológica, então, a partir dos esforços de Daniela Marchi e de diversos italianos, que através de doações, no ano de 2003 inauguram uma casa na qual as crianças e adolescentes pudessem ser melhor recebidos, de forma a conviverem mais, tendo maior acesso à perspectiva proposta pela Associação Aliança. Surgia assim, A Casa Aliança, no Bairro Parque de Exposição.

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Em sua primeira década de existência, a Casa Aliança já atendeu mais de mil e duzentas crianças e adolescentes, não só residentes no Bairro Parque de Exposição, mas também oriundos de outros bairros da região. Através do desenvolvimento de diversas atividades, em conformidade com sua missão e os objetivos atrelados à Associações Aliança.

Dentre as atividades desenvolvidas desde a sua fundação, até hoje, pode-se destacar: computação, violão, artesanato, dança, reforço escola, teatro, bordado, comunicação, culinária, futsal, vôlei e artes integradas e leitura. Também tem sido desenvolvida diversas palestras educativas para as crianças e os adolescentes, bem como seus familiares e a comunidade em geral, além de gincanas culturais e literárias, festas temáticas e comemorativas, colônia de férias e passeios turísticos.

A partir do seu trabalho a Casa Aliança tornou-se uma instituição ativa e reconhecida na cidade de Picos, ajudando no desenvolvimento social e criando oportunidades para crianças e adolescentes mostrarem o melhor de si.

As festas no Parque de Exposição Santino Xavier

O Parque Santinho Xavier já conhecido pela tradição das festas promovidas , principalmente as vaquejadas, onde reúne uma multidão que vem para se divertir, e prestigiar a dinâmica do evento que conta com bandas, vendas de leite, exposição de animais, e dentre outras atividades.

Por: Valtânia Barros, Ana Maria , com informações oriundas do artigo intitulado “Lembranças e Vivências : O Bairro Parque de Exposição na cidade de Picos, na década de 1980  de autoria das alunas do Curso de História da UFPI de Picos , Maria Jéssica de Lima Luz e Rosilene Vieira de Sousa. 

Edição: Paula Monize

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