Sem energia elétrica, agricultora diz que há 10 anos está com geladeira ‘parada’ em Paulistana
No município, cerca de 400 famílias vivem atualmente na escuridão, segundo a concessionária que fornece energia elétrica no estado.
Na zona rural de Paulistana, cerca de 400 famílias ainda vivem sem energia elétrica. A reportagem do Globo Rural voltou, após sete anos, ao município onde moradores ainda enfrentam dificuldades devido à falta de energia elétrica.
“A gente, de certa forma, até desenganou de energia elétrica. Uma opção que a gente tinha foi buscar energia solar. Sempre fica sem TV, sem geladeira á noite porque o sistema não aguenta, então é tudo muito complexo”, explica o agricultor e secretário da Associação de Produtores Rurais, João José da Costa.
Segundo ele, o sistema de energia solar funciona da seguinte forma: a energia captada com o sol durante o dia é armazenada em baterias solares que deveriam garantir o funcionamento dos eletrodomésticos à noite. Mas o sistema instalado com recursos próprios é pequeno e insuficiente e nem todos os produtores rurais têm condições de arcar com os custos.
Como no caso da agricultora Neide da Paixão, que comprou uma geladeira em 2013 com a promessa da chegada de energia elétrica garantida pelo programa Luz Para Todos, do Governo Federal, lançado em 2003.
“A minha geladeira tá parada há 10 anos. Tinha boatos de que a energia ia chegar até aqui, como chegou em outras localidades, mas aqui nunca chegou”, afirma.
A televisão dela funciona por energia solar, assim como as lampadas da casa, mas ferro de passar, por exemplo, ainda é na brasa porque o sistema não é suficiente.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no Brasil, 500 mil famílias ainda vivem sem luz elétrica, somando cerca de 1,7 milhão de pessoas na escuridão.
O que diz a Equatorial
A Equatorial, empresa responsável pelo abastecimento de energia no Piauí, afirma que fez 100 novas instalações na região desde 2018, mas admite o atraso nos prazos. Desde o segundo semestre de 2020 nenhuma nova instalação é feita.
“Tivemos naturalmente um prejuízo desse calendário em função dos impactos da pandemia. Então nós tivemos, sim, uma redução no ritmo, mas efetivamente nós nunca paramos a execução do programa Luz para Todos no estado do Piauí. Alguns municípios, sim, porque não temos equipes atuando simultaneamente em todos os municípios”, diz Joaquim Milhomem, gerente de relacionamento da Equatorial.
Fonte: G1 PI