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Bairros de Picos sofrem com descaso e falta de infraestrutura

Moradores dos bairros Conduru e Morada do Sol denunciam abandono por parte do poder público municipal

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Somente no início da manhã desta segunda feira (11), as equipes de reportagens dos Folha Atual e Picos 40 Graus receberam denúncias de cidadãos indignados com o descaso com os bairros Conduru e Morada do Sol, em Picos. Enquanto a região central também padece com o descaso do poder público municipal, mas está maquiada, os demais bairros estão abandonados, demonstrando que há dois pesos e duas medidas na administração municipal. Vejam os relatos a seguir.

Bairro Conduru

Os moradores do bairro Conduru denunciaram em entrevista ao Folha Atual o abandono sofrido por parte do poder público. A nossa equipe esteve por lá e constatou que a situação estrutural das ruas é precária: esburacadas, com calçamento e asfalto deteriorado, canos quebrados, esgoto a céu aberto, lama escorrendo pelas vias públicas e muitos mosquitos. Nós conversamos com alguns moradores e eles não esconderam a revolta com a situação.

O jovem Lucas de Sousa Araújo relatou que o caos vivido pelo bairro não é recente. O asfalto da rua Jacó Maria, onde reside, ainda é da época do ex-prefeito José Neri de Sousa. Desde então, nunca mais houve outra pavimentação. Há muito mato nas imediações e, em alguns pontos, os próprios moradores colocaram grandes pedras para evitar a quebra dos canos que fazem o abastecimento de água para as moradias.

“Nunca tomaram providência, e nós temos sofrido com mosquito da dengue, quebrando peças de carros, canos, temos que mandar botar aterro, pedras para ver se ameniza”, relatou.

Cícera de Sousa Moreira
Cícera de Sousa Moreira

A dona de casa Cícera de Sousa Moreira declarou que a situação da rua é “péssima”, com mato nas laterais e mosquitos transmitindo doenças para as pessoas. Ela relata que a prefeitura de Picos já foi procurada, mas não sinalizou com nenhuma providência imediata. “Procuraram, mas eles (o poder público) não resolvem”, declarou.

A senhora Fátima da Silva, que possui uma lanchonete nas proximidades do Instituto do Rim, criticou a pavimentação realizada em algumas vias do bairro por ser muito estreita, permitindo a passagem de apenas um automóvel por vez. “O bairro aqui é muito jogado, muito abandonado, aqui tem muitos buracos nas ruas, não é brincadeira”, declarou.

Fátima da Silva
Fátima da Silva

Fátima da Silva também falou sobre o esgoto a céu aberto e o risco de doenças para as pessoas. Ela informou que investiu R$ 2.300,00 do próprio bolso para fazer o saneamento básico em frente a sua casa, uma vez que não há perspectiva do poder público realizar o serviço. “Eu botei duas barras de cano de 200 mm e ali botei manilhas, eu mesmo canalizei, porque é muita lama, olha  a situação que está”, protestou.

Bairro Morada do Sol

A falta de estrutura do bairro Morada do Sol, em Picos, é pauta constante em períodos eleitoreiros, e faz parte das propostas de candidatos da oposição e situação.

Porém, as ações não chegam ao bairro em sua totalidade, revoltando assim os moradores, como os da rua Bom Jesus, que liga a Morada do Sol ao bairro Morada Nova.

Poeira no período de estiagem e lama no inverno, é a realidade do local. Após muito procurar pelo poder público e não ter respostas, a moradora Irla Costa, procurou o Picos 40 Graus e denunciou o caso.

“Já fazem três anos que eu tenho procurando a secretaria de obras de Picos cobrando o calçamento. Eu e minha família moramos aqui há mais de 23 anos, nesse período acompanhamos a expansão do bairro, várias outras ruas serem calçadas e asfaltadas e nada ser feito por nós. O fluxo aqui é intenso, no período de seca a poeira é absurda. Na chuva ficamos que nem porcos na lama, atolados, temos que empurrar nossos transportes para sair de casa. Esse é um problema de saúde pública, educação e dignidade humana”, disse a moradora.

Pedro Martins Leal, de 82 anos
Pedro Martins Leal, de 82 anos

Com a falta de infraestrutura, os moradores sofrem com outras questões como a falta de coleta de lixo e o não acesso a ambulâncias e a viaturas, por exemplo. Irla ressaltou ainda, que o lixo tem que ser queimado e, em casos de doenças, os moradores se juntam em mutirão para levar o doente até a ambulância, que estaciona na parte alta do bairro.

“Nas primeiras vezes que procurei a secretaria fui bem atendida, inclusive me entregaram uma folha para que fizesse a solicitação por escrito, assim fiz e passei para ficar cobrando. Nesse período houve a troca de secretários, mas nunca tive respostas concretas. Dessa última vez que os procurei não fui bem recebida e fiquei falando sozinha lá. Nós vamos buscar o Ministério Público, para garantir o nosso direito de ir e vir. Onde o poder público não chega a criminalidade chega”, ressaltou a moradora.

Pedro Martins Leal, de 82 anos, também é morador do bairro e afirmou que já presenciou inúmeros acidentes na ladeira.

“Uma vez caiu uma grávida, outras vezes mães com crianças pequenas, os acidentes são constantes. Eu inclusive já cai e sinto dificuldades em sair de casa, doe as pernas quando eu forço para subir. Tenho muita vontade que essa rua seja calçada”, disse o idoso.

Com uma filha de quatro meses, Maria Renilde, lembra que com a poeira a criança adoeceu no primeiro mês de vida. “Enfrentamos muita dificuldade. Fizeram várias ruas do bairro e onde mais se precisa não foi feito, o fluxo de pessoas aqui é grande. É muito ruim morar em um lugar onde nada para limpo e se tem que conviver com lama e poeira”.

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