Covid: Pfizer apresenta à Anvisa dados de vacinação em criança e deve pedir uso em breve
A Anvisa terá até 30 dias para analisar o uso da vacina da Pfizer em crianças, prazo contado a partir do pedido formal da Pfizer.
A Pfizer apresentou nesta terça-feira (9) dados à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exigidos para avaliar o uso de vacinas da Covid em crianças de 5 a 11 anos.
Segundo a agência, o laboratório deve formalizar “em breve” o pedido de aval para aplicação das doses neste grupo.
Ainda não há autorização no Brasil do uso de vacinas para Covid-19 em crianças. Apenas o modelo da Pfizer pode ser aplicado no grupo de 12 a 18 anos.
“De acordo com o laboratório, a dose de vacina para as crianças de 5 a 11 anos será ajustada e será menor que a dose para maiores de 12 anos devido a uma nova formulação desenvolvida pela empresa”, informou a Anvisa sobre a reunião feita com a Pfizer de “pré-submissão” do pedido de uso da vacina nos mais jovens.
“A Pfizer indicou que o pedido será apresentado em breve, mas a data exata depende do laboratório”, disse ainda a agência reguladora. Há expectativa na Anvisa de que o pedido seja feito ainda em novembro.
A Anvisa terá até 30 dias para analisar o uso da vacina da Pfizer em crianças, prazo contado a partir do pedido formal da Pfizer. Este período pode ser ampliado se a agência cobrar mais dados da farmacêutica.
Os Estados Unidos autorizaram no último dia 2 o uso da vacina da Pfizer em pessoas com idade entre 5 e 11 anos.
O Minsitério da Saúde planeja vacinar as crianças em 2022, caso a Anvisa aprove o uso da vacina neste grupo. A previsão é de que 70 milhões de doses seriam aplicadas nos mais jovens.
Como a vacina da Pfizer tem registro definitivo no Brasil, a decisão da Anvisa sobre liberar o uso da vacina para crianças é apenas publicada no Diário Oficial da União. Em casos de imunizantes com aval de uso emergencial, como a Coronavac e o modelo da Janssen, os diretores votam pedidos deste tipo em reunião colegiada.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) distorce dados sobre a eficácia e a segurança das vacinas e faz campanha contrária a vacinação dos mais jovens.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a propor impedir a imunização de adolescentes, mas recuou após forte repercussão negativa.
Os diretores da Anvisa receberam ameaças de morte de pessoas contrárias à vacinação das crianças. A agência pediu proteção policial a dirigentes e servidores.
O Instituto Butantan também afirma que vai entrar com um novo pedido na Anvisa para a aprovação do uso da Coronavac em crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos. Em agosto a agência rejeitou o primeiro pedido do laboratório paulista.
Fonte: Folhapress