Crise hídrica e ações ilícitas: furto de água em Patos do Piauí prejudica população
A região de abrangência da adutora Poços do Marruá, em Patos do Piauí, se vê em meio a uma crise de recursos hídricos agravada por ações ilícitas. A Agespisa, empresa responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgoto do Piauí, revelou que 83 pessoas foram denunciadas por furto de água da adutora da Barragem Poço do Marruá. Entre os acusados, encontram-se criadores de peixes e agricultores. Esta situação surge em um contexto de intensa escassez de água, onde a região semiárida enfrenta cerca de seis meses sem chuva.
Paulo Couto, superintendente de negócios da Agespisa, enfatizou a seriedade do problema, destacando que algumas pessoas perfuram a adutora para encher piscinas, irrigar plantações, ou abastecer sítios. “A gente sabe que é um período crítico, de escassez, mas por dois motivos, um deles são os furtos,” disse ele.
A barragem tem sido uma salvação crucial para a população local, com uma adutora transportando água até as residências em aproximadamente 10 municípios. A situação já está crítica, com muitos tendo que escolher entre comprar água ou comida, uma vez que carros-pipa podem custar até R$ 700 por 7 mil litros de água. Alguns moradores têm dividido a escassa água disponível com seus animais para evitar suas mortes por desidratação.
A Agespisa, em colaboração com a Secretaria de Segurança, intensificou suas fiscalizações e iniciou processos de investigação para os identificados casos de furto. As violações foram descobertas durante inspeções de rotina, onde pelo menos 80 pontos de perfuração foram flagrados nas tubulações.
Este incidente não só sublinha a gravidade da crise hídrica na região mas também reflete as escolhas desesperadas e ilícitas feitas por alguns em meio a tais circunstâncias. A esperança é de que as investigações conduzam a soluções justas e que medidas sejam implementadas para mitigar a crise de água, proporcionando alívio à população afetada.
