[ad#336×280]Na manhã desta segunda-feira (17), José Francimar Pereira, vice-prefeito do município de São Julião (a 386 km de Teresina) foi transferido até a cidade de Fronteiras para ser testemunha de acusação em um caso de tentativa de homicídio.
O político ficou conhecido em todo o Piauí ao ser preso e apontado como o mandante intelectual do assassinato do ex-vereador Emídio Reis (PMDB), crime ocorrido em janeiro deste ano.
Entretanto, no processo que tramita na Comarca de Fronteiras, José Francimar não é réu. Seu depoimento, na verdade, pode ajudar na condenação de um acusado.
Em outubro de 2012, véspera das eleições municipais, Francimar e seu assessor Wanderley José de Sá visitavam uma comunidade da zona rural de São Julião quando sofreram um atentado a tiros. Candidato a vice-prefeito pelo lado da situação, Francimar escapou ileso, mas Wanderley foi atingido por três projéteis.
O político não só testemunhou tudo, como ajudou no resgate da vítima. Na época, comentou-se que o atentado tinha como algo o político e, não, seu assessor.
Após testemunhar no Fórum de Fronteiras, Francimar foi trazido de volta ao Grupamento Tático Aéreo Policial (GTAP), no bairro Ilhotas, zona Sul de Teresina, onde é mantido preso desde o mês de março deste ano.
Julgamento
O acusado de atirar contra eles, Francisco João de Sousa, conhecido como “Das Chagas”, foi preso e agora submetido a júri popular. O julgamento teve início por volta das 9h da manhã e se estendeu até às 18h.
A defesa de Francisco João defendeu a tese de que ele agiu em legítima defesa. Os jurados acataram a argumentação e absolveram o réu, apesar das provas em contrário e de testemunhos, como o de José Francimar.
Por telefone, o juiz Marco Antônio Moura Mendes, titular da Comarca de Fronteiras, explica que no Júri Popular, quem decide o destino do réu são os jurados. E em Fronteiras, a condenação é uma exceção. As estatísticas comprovam. Dos 20 júris realizados nos dois últimos anos na cidade, houve somente uma condenação.
“É uma responsabilidade que não é do magistrado. A decisão do Júri Popular é soberana”, justifica.
Desaparecido
Logo após o atentado contra Francimar e Wanderley, em outubro de 2012, um filho de Francisco João de Sousa desapareceu da região. Francisco Maciel não é mais visto desde dezembro de 2012.
A mãe do jovem alega que ele era ameaçado por dois membros da mesma quadrilha acusada de assassinar Emídio Reis. Porém, existe um mandado de prisão por roubo em aberto contra Maciel. Há a possibilidade de ele estar apenas foragido.
Repórter:O Dia