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Sem repasse de R$ 500 mil, Salipi atrasa pagamento de palestrantes

Segundo a organização do Salipi, o atraso da verba do Governo do Estado já dura três meses e pode afetar a realização de novas edições do evento.

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O Salão do Livro do Piauí (Salipi) é a maior feira de livros do estado e já é consagrada como uma das melhores do país. O evento, que reúne anualmente os principais escritores do Brasil, recebeu este ano nomes como Márcia Tiburi, Eduardo Bueno, Chico César, Gabriel O Pensador e Luiz Ruffato. No entanto, após três meses do final do evento, os palestrantes, incluindo os nomes citados nesta reportagem, ainda não receberam os valores acordados pela organização do evento.

O poeta e romancista Luiz Ruffato esteve presente no evento para palestrar e divulgar seu novo livro. O escritor conta que, desde o mês de junho, espera o pagamento do valor acordado pela palestra e até o momento não há previsão de quando receberá o cachê. “Não sou o único nessa situação. Eu já entrei em contato com a organização do evento para saber informações sobre o pagamento, mas até agora não obtive retorno”, destaca.

Em entrevista ao O DIA, um dos coordenadores do Salipi, o professor Kássio Gomes, informou que o atraso no pagamento dos palestrantes estaria relacionado ao não cumprimento do repasse de verba do Governo do Estado, no valor de R$ 500 mil. Além dos palestrantes, a verba também seria destinada para o pagamento da estrutura do evento, segurança, shows, cheque-livros distribuídos para estudantes da rede pública de ensino e passagens aéreas e hospedagens dos palestrantes.

“O Salipi não tem fins lucrativos, ele é gerenciado com recursos públicos. Infelizmente, o Governo do Estado não cumpriu com nenhum repasse relativo ao Salipi. Já é a sexta vez que o compromisso é adiado. Marcamos reuniões e eles pedem novos documentos, nós atendemos prontamente, mas continuam adiando”, afirma o professor, acrescentando que a documentação solicitada pelo Governo do Estado para concessão da verba foi entregue dois meses antes do evento.

Segundo o professor, esta é a segunda edição em que o repasse não é feito no prazo estipulado e isso estaria afetando a imagem do Salipi entre os escritores brasileiros. “Nós tivemos uma reunião decisiva. Vai ser inviável manter o Salão do Livro sem esses apoios institucionais e sem esses compromissos honrados”, revela o professor.

Por conta dos atrasos, o Salipi chegou a ser registrado no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) por uma das empresas prestadoras de serviços. “O Governo ainda pediu que esse orçamento fosse fracionado em parcelas de R$ 100 mil. Se isso acontecer, só vamos poder pagar tudo daqui a cinco meses. Nem sei como vou justificar isso para o pessoal”, lamenta.

Outro lado

A reportagem do O DIA entrou em contato com o Governo do Estado, por meio da Coordenadoria de Comunicação Social, mas não obteve retorno até a publicação deste material. O O DIA reitera que o espaço continua aberto para quaisquer esclarecimentos sobre o ocorrido.

Por: Nathalia Amaral

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